O tenente da Polícia Militar de Roraima Hildegardo Freitas da Silva, de 50 anos, foi preso nesta quinta-feira (14), em Boa Vista, suspeito de manter a ex-esposa, uma advogada de 55 anos diagnosticada com Alzheimer, em cárcere privado e condições subumanas.
A vítima foi encontrada debilitada, com sinais de desnutrição, ferimentos e hematomas, vivendo isolada, sem cuidados médicos, alimentação regular ou acesso a telefone e chaves para sair. A investigação, conduzida pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), começou há quatro meses após denúncia de familiares e amigos sobre o desaparecimento da mulher.
Segundo testemunhas, o tenente controlava as conversas da ex-companheira, permanecendo sempre ao lado durante ligações telefônicas.
Durante a operação, Hildegardo não estava em casa e foi localizado horas depois em um escritório no bairro Cauamé. Em depoimento, ele negou os crimes e afirmou que os ferimentos seriam consequência de quedas ou de momentos em que precisou contê-la, alegando comportamento agressivo. Disse ainda que ambos estavam hospedados em hotéis nos últimos 15 dias devido à falta de mobília na chácara onde viviam.
Em nota, a defesa do tenente também negou a acusação, alegando que a advogada circulava em locais públicos, como mercados, e visitava amigos, o que, segundo os advogados, descaracterizaria o crime de cárcere privado.
Após o resgate, a vítima foi levada para a Casa da Mulher Brasileira, onde recebeu atendimento médico e psicossocial, e em seguida encaminhada a amigas próximas. O caso segue em investigação pela Deam, que apura crimes de cárcere privado, maus-tratos e violência doméstica.