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Direito de defesa

Por
Narciso Mendes

Os bolsonaristas, sobretudo, os mais radicais, dizem que o seu ídolo está sendo perseguido.


Sendo o direito de defesa, até mesmo de um notório criminoso, um dos seus mais consagrados e indispensáveis direitos, jamais este direito poderá ser negado ao ex-presidente presidente Jair Bolsonaro, até porque, e até creio, que nem todas as acusações que lhes são feitas, não expressam a realidade. De igual forma, também creio que a sua defesa, quando expressada pelos radicais bolsonaristas não são verdadeiras.


Até então, por haver convivido diariamente, diria até, minuto a minuto, com o então presidente Jair Bolsonaro, como seria esperado, a delação do seu porta-voz, o tenente coronel Mauro Cid, acabou tendo a repercussão que teve. Afinal de contas, a sua função, de porta-voz, assim determinava.


Acontece que, a confiança entre mandante e mandatário poderá ser quebrada quando uma das partes, em sua própria defesa, compromete a defesa da outra. Neste particular, o advogado Paulo Cunha Bueno, na busca de isentar o ex-presidente Jair Bolsonaro da tentativa de golpe chegou a responsabilizar os generais Augusto Heleno, Braga Neto e Mauro Fernando, como artífice do propalado golpe. No que aconteceria se este trio, a exemplo do que aconteceu com o tenente-coronel Mauro Cid, optar-se pela delação?


Eu, particularmente, continuo responsabilizando a nossa maldita polarização, por sê-la essencialmente pessoal e não apenas política, pela gravidade da situação que ora vivenciamos. Como nunca cri e jamais crerei na existência dos chamados heróis, seja da nossa ou de qualquer outro país, até chego a perguntar: o que será do nosso amanhã? Só sei, com absoluta certeza que, em continuando o radicalismo entre lulistas e bolsonaristas as coisas tenderão a piorar.


Se ao tempo da imoral e repugnante Operação Lava Jato, o desastrado, incompetente e politiqueiro, juiz Sérgio Moro, em cumplicidade com o então procurador, Deltan Dallagnol, expuseram o ex-presidente Lula, como um ladrão, e à posteriori, levou-o a prisão e a inelegibilidade, como nunca concordei com as suas ações, continuo discordando dos radicais petistas quando acusam o ex-presidente Jair Bolsonaro de genocida. Reporto-me apenas a este crime, por sê-lo o mais grave de todos.


Volto a me reportar, novamente, ao advogado Paulo Cunha Bueno: ele jamais conseguirá defender, e com sucesso o seu notabilíssimo cliente, pois no mundo jurídico nem sempre prevalece o jargão: “se a culpa é minha a transmito para quem quiser”


Por último: se o trio de generais acima citados optarem pela delação premiada, para o seu cliente, Jair Bolsonaro, seria o que de pior poderia acontecer, afinal de contas, como a trama golpista, de fato, existiu, faz-se necessário identificar todos aqueles que a integrara sejam responsabilizados.


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Narciso Mendes