O programa Boa Conversa, apresentado nesta sexta-feira, 15, por Marcos Venicios, abordou os principais movimentos e polêmicas da política acreana e nacional. Com comentários de Luis Carlos Moreira Jorge (Crica) e Astério Moreira, a edição percorreu desde a visita do presidente Lula ao Acre, onde anunciou R$ 1 bilhão em investimentos, até os bastidores das articulações políticas locais.
Durante o programa, repercutiu a fala do governador Gladson Cameli, que chamou o presidente Lula de “pai e avô” do Acre durante a visita presidencial. Os comentaristas também analisaram a reunião de Gladson com a ministra da Articulação Política, Gleisi Hoffmann, na quinta-feira (14). “Um militante de esquerda não abre mão de sua convicção, só que o de direita procura uma alternativa. A gente viu muitas pessoas que estavam nos quartéis ficaram escondidos, já o pessoal de esquerda vai pra cima, pra cadeia com tudo”, pontuou Astério.
“Esse encontro ele não falou de investimentos, ele falou com a Gleisi que é da articulação política do Governo, então ele foi falar de política. Uma aliança com JV? Não sei. Eu fico imaginando uma foto dessa do Gladson com Gleisi que é mais odiada pelos bolsonaristas do que o Lula e essa turma que posta contra o Governo Lula, como que fica agora? Como será que os bolsonaristas veem essa foto do Gladson com a Gleisi?”, pontuou Crica.

Foto: Iago Nascimento
Os analistas também avaliaram como improvável, ou mesmo um “delírio”, a hipótese de uma chapa Gladson Cameli/Jorge Viana para as eleições de 2026. “Continuo com esse pensamento. O movimento político do Gladson exclui o Jorge Viana como também o Jorge Viana exclui o Gladson. Ai é outra jogada [acordo de bastidor entre JV e Gladson] porque a família Cameli apoiou a FPA e é público notório porque as doações eram públicas. Pode ter um acordo de bastidor, mas chapa dobradinha não existe. A dobradinha pra mim é Gladson e Marcio Bittar”, avaliou Astério.
“Ninguém mais que a turma do PT atacou o Orleir Cameli e quem o Orleir apoiou? Jorge Viana. Então, a política pode ter acordo de bastidores”, pontuou Crica.

Foto: Iago Nascimento
A decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, de enviar ao Conselho de Ética pedidos de cassação de Eduardo Bolsonaro também foi discutida. “O Eduardo é o mais louco dos bolsonaristas”, destacou Crica.
Os comentários sobre a posição do senador Sérgio Petecão em relação ao pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes foram outro destaque da edição. “Tem um movimento aqui pra mim tem um patrocínio do Marcio Bittar pra tentar, quanto mais o Petecão tá queimado, mais voto pulverizado, pra quem quer ir ao Senado, o Petecão tem que cair”, avaliou Marcos Vinicios.
“O que fizeram com Petecão é sacanagem porque ficaram postando assina Petecão para tirar o Moraes como se dependesse da assinatura dele? Só que não tem nada para ser assinado”, pontuou Crica.
“O Lula não podia ter pedido isso pro Petecão, principalmente, no Acre. O Petecão é um aliado do Lula agora, porque o PSD com o Kassab é da base do Tarcisio, mas também é do Governo Federal. É um caminho tenuê”, ressaltou Astério Moreira.
Crica destacou ainda o fortalecimento da vice-governadora Mailza Assis (Progressistas) como nome de peso da Federação União Progressista no Acre. “Surgiu uma notícia de que poderia ter uma rasteira, mas não é nada disso. Ela conversou com o Ciro Nogueira, presidente da Nacional, só que ele garantiu que ela é a candidata. O Fábio Rueda também se posicionou e disse que o Alan não tem como mais voltar pra mesa do jogo porque ele brigou com o Gladson e a Mailza, a candidata da federação é a Mailza. O pessoal do Alan já sabe isso”, ressaltou Crica.
“Tava andando o acordo entre Alan e PSD, só que pelas condições, a presidência do PSD ficaria com o Alan e o Petecão não fosse mais candidato ao Senado, que mostrava que se o Petecão continuasse na chapa, puxaria a chapa do Alan pra baixo. O Petecão foi o primeiro a assinar ficha de filiação ao PSD, ele é amigo do Kassab e a gente sabe que o Kassab não faria isso com ele”, pontuou Crica.
“O Alan tem que entender que eleição é majoritária e não de deputado federal. O MDB, por exemplo, ele tá com medo de ir porque a sigla pode indicar o vice de Lula, aí quebra o discurso dele. Só que eu não sei como ele vai formar essa chapa, ele tá completamente errado, quanto mais aliados vierem melhor”, destacou Crica.
A edição também abordou o chamado “jogo de cena do velho Boca”, em referência ao prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, sobre a sucessão ao Governo do Acre. “Eu conversando com o Bittar, ele me disse que a prioridade do PL é eleger senador e não governador e aí o Boca morre de amores para ser governador do Acre. Só que se ele for candidato a governador, ele vai ter a máquina do governo que o ajudou a reeleger, vai virar adversário, aí ele fica nesse jogo. Ele fica sonhando que a Mailza desista pra ele ser candidato, aí não é sonho,é pesado. O velho Boca fica nesse jogo de encenação”, pontuou Crica.

Foto: Iago Nascimento
“No entorno do Bocalom, a convicção de ele ser candidato é maior que a dele. O Bocalom me diz, que não é candidato, mas que se houver necessidade ele será. Aí vem o Bittar dizendo que a prioridade é o Senado, só que o pessoal que cerca ele quer o Bocalom candidato ao Governo”, revelou Astério Moreira.
O ‘climão’ no Sebrae foi outro ponto abordado, após a conselheira Naluh Gouveia criticar a “extrema-direita” e o prefeito de Rio Branco Tião Bocalom (PL) responder. “Não sou obrigado a concordar”. “Pode ser inconveniente o local da fala, só que Naluh é Naluh, ela não pode ser tolhida do direito de falar. O prefeito foi habilidoso ali ao falar que não era o lugar”, pontuou Astério Moreira.
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