O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a atacar o Brasil nesta quinta-feira 14, em uma entrevista coletiva na Casa Branca. O republicano disse que o País “tem sido um péssimo parceiro comercial” e defendeu novamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), classificando o processo que ele enfrenta no Supremo Tribunal Federal como “execução política”.
Ao falar sobre a relação comercial entre os dois países, Trump acusou o Brasil de impor tarifas desproporcionais sobre produtos americanos – o que não é verdade. “O Brasil tem sido um péssimo parceiro comercial em termos de tarifas. Como você sabe, eles nos cobram tarifas enormes, muito, muito maiores do que as que nós cobramos, e, basicamente, nós nem estávamos cobrando nada”, afirmou.
A nova tarifa de 50% anunciada por Washington atinge produtos brasileiros em setores estratégicos e, segundo Trump, é uma resposta direta ao que ele considera práticas injustas do Brasil. A medida foi anunciada no contexto de declarações públicas de Trump em apoio a Bolsonaro — ligando questões econômicas ao cenário político brasileiro.
Trump declarou que tem uma relação pessoal com Bolsonaro e que confia em sua “honestidade”. “Quando eles pegam um presidente e o colocam na prisão… Eu conheço esse homem. Eu sou bom em avaliar pessoas. Acho que ele é um homem honesto. Acho que o que fizeram é uma coisa horrível. Isso é realmente uma execução política que estão tentando fazer com Bolsonaro.”
Além de criticar o Brasil, Trump afirmou não estar preocupado com a aproximação do País com a China, nem com a de outros vizinhos, como o México. “Eles podem fazer o que quiser”, disse, ressaltando que, em sua visão, a economia americana está “impressionando todo mundo, incluindo a China”.
Pacote anti-tartifaço
Na manhã da quarta-feira 13, o presidente Lula (PT) apresentou um pacote emergencial de medidas para mitigar os efeitos da sobretaxa. No centro das ações está uma medida provisória que cria uma linha de crédito de 30 bilhões de reais para empresas que perderam competitividade com a nova política comercial norte-americana.
O plano anunciado no Palácio do Planalto prevê ainda a ampliação das compras públicas, com prioridade para produtos perecíveis que ficaram sem destino externo, e o adiamento por até dois meses no pagamento de tributos e contribuições federais, além de incentivos para que empresas busquem novos mercados.
Carta Capital