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Barroso e Fux discutem em sessão no STF: “Não está sendo fiel aos fatos”

Ministros Luís Roberto Barroso e Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal) • Antonio Augusto/STF | Fellipe Sampaio /STF
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O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, e o ministro Luiz Fux tiveram um desentendimento no final da sessão plenária desta quinta-feira (14) por motivo de mudança na relatoria de uma ação.


A discussão envolveu o julgamento ocorrido na última quarta-feira (13) sobre a incidência da Cide-Tecnologia, uma contribuição de intervenção no domínio econômico que incide sobre as remessas financeiras ao exterior a título de remuneração de contratos que envolvam o uso ou a transferência de tecnologia estrangeira.


O desentendimento dos ministros girou em torno de que Barroso tinha ou não perguntado se Fux queria se manter como relator, antes de encaminhar o processo ao ministro Flávio Dino, que havia apresentado uma divergência.

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Na sessão, Fux pediu para ficar registrado pelo motivo, segundo ele, de que a situação não volte a ocorrer em outros casos.


“Pela tradição da casa, eu fiquei vencido em uma parte mínima. Eu nunca lutei por relatoria, eu sucumbi aqui por 10 votos a 1, no caso do juiz de garantias. Aceitei o dissenso, mas o plenário me concedeu a relatoria”, começou Fux.


“Nunca houve essa heterodoxia de se retirar do relator, vencido em parte mínima, a relatoria. Entretanto, ontem, ao proclamar o resultado, não se considerou”, avançou a fala. “Vossa excelência, sem declarar esse aspecto [de discordância mínima], deferiu de imediato a relatoria ao ministro Flávio Dino”, completou.


O ministro foi rebatido pelo presidente da Corte. Barroso justificou que a mudança se deu porque a parte que Fux foi vencido criava toda uma nova disciplina sobre a matéria.


Segundo o presidente, ele perguntou se o ministro gostaria ajustar o voto para manter a relatoria, o que foi negado.


Fux disse que não reajustou o voto em respeito aos colegas que tinha o acompanhado no mesmo entendimento.


“Pode resgatar a sessão, eu disse, tenho a maior consideração por vossa excelência, e vossa excelência não está sendo fiel aos fatos”, declarou Barroso.


“Eu disse: ‘Vossa excelência não quer reajustar [o voto] para permanecer como relator?’ e vossa excelência disse: ‘Não, porque isso seria uma desconsideração com quem me acompanhou.”


O ministro Gilmar Mendes tentou mediar o conflito, mas a sessão terminou sem o entendimento entre os dois magistrados.


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