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Fraudáveis

Por
Narciso Mendes

Quem considera que as urnas eletrônicas são fraudáveis? Os candidatos derrotados.


Nas eleições de 2018 foram plantadas as primeiras sementes do que mais tarde restou denominado de bolsonarismo. A posteriori, vieram as eleições do próprio Jair Bolsonaro a presidência da nossa República e da maioria dos governadores das mais importantes unidades da nossa federação.


A partir de então, uma coisa muito se questionava: em qual cemitério o PT seria enterrado, até porque, no nosso país, as mortes dos nossos partidos políticos nunca causaram maiores preocupações, ainda que a mortandade dos mesmos já houvesse prejudicado, e muito, a consolidação da nossa própria democracia. O próprio presidente Jair Bolsonaro, eleito por um partideco apelidado de PSL, dele se afastou no curso do seu próprio mandato.


Ao anunciar, e a exaustão, a morte política do ex-presidente Lula e do seu partido, o PT, os Estados mais importantes do nosso país conseguiram eleger seus governadores em nome do antipetismo, do antilulismo e em particular, do bolsonarismo. Entre eles citaria: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.


Politicamente, e disto ninguém poderá duvidar, passamos a conviver numa espécie de guerra, ainda que profundamente antipatriótica, entre a nossa rica região sul, contra as nossas sempre pobres regiões: norte e nordeste. Das urnas, acusadas de fraudáveis, os três filhos do então candidato presidente Jair Bolsonaro, conseguiram se eleger: um a vereador, outro a deputado federal e o terceiro, a senador. Daí a pergunta que não pode calar: qual dos nossos ex-presidentes, desde a proclamação de nossa República, conseguiu pendurar todos os seus filhos, confortavelmente, na nossa máquina púbica?


Acontece que, das eleições de 2022 resultou a vitória do ex-presidente Lula, isto numa disputa contra o próprio Jair Bolsonaro, este no exercício do mandato presidencial e candidato a reeleição. Detalhe: desde a promulgação da nossa atual constituição, todos os nossos presidentes que concorreram as suas reeleições obtiveram êxitos, exceto o próprio Jair Bolsonaro.


Apenas para os bolsonaristas, sobretudo, os mais radicais, a vitória do ex-presidente Lula para exercer um 3º mandato presidencial teve como responsável, as urnas eletrônicas, isto por sê-las fraudáveis. Daí a pergunta que não pode calar: por que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o de Minas Gerais, Romeu Zema, o de Goiás, Ronaldo Caiado e o do Paraná, Ratinho Junho, se consideraram legal e legitimamente eleitos se as suas correspondes eleições resultaram das mesmíssimas urnas?


A polarização, Jair Bolsonaro/Lula, por sê-la de caráter pessoal, precisa chegar ao fim, do contrário, a nossa democracia é quem pagará seu altíssimo preço. E pior ficou após a instituição das emendas parlamentares aos nossos orçamentos públicos, diga-se de passagem, legalizando-se a corrupção.


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Narciso Mendes