Quem considera que as urnas eletrônicas são fraudáveis? Os candidatos derrotados.
Nas eleições de 2018 foram plantadas as primeiras sementes do que mais tarde restou denominado de bolsonarismo. A posteriori, vieram as eleições do próprio Jair Bolsonaro a presidência da nossa República e da maioria dos governadores das mais importantes unidades da nossa federação.
A partir de então, uma coisa muito se questionava: em qual cemitério o PT seria enterrado, até porque, no nosso país, as mortes dos nossos partidos políticos nunca causaram maiores preocupações, ainda que a mortandade dos mesmos já houvesse prejudicado, e muito, a consolidação da nossa própria democracia. O próprio presidente Jair Bolsonaro, eleito por um partideco apelidado de PSL, dele se afastou no curso do seu próprio mandato.
Ao anunciar, e a exaustão, a morte política do ex-presidente Lula e do seu partido, o PT, os Estados mais importantes do nosso país conseguiram eleger seus governadores em nome do antipetismo, do antilulismo e em particular, do bolsonarismo. Entre eles citaria: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
Politicamente, e disto ninguém poderá duvidar, passamos a conviver numa espécie de guerra, ainda que profundamente antipatriótica, entre a nossa rica região sul, contra as nossas sempre pobres regiões: norte e nordeste. Das urnas, acusadas de fraudáveis, os três filhos do então candidato presidente Jair Bolsonaro, conseguiram se eleger: um a vereador, outro a deputado federal e o terceiro, a senador. Daí a pergunta que não pode calar: qual dos nossos ex-presidentes, desde a proclamação de nossa República, conseguiu pendurar todos os seus filhos, confortavelmente, na nossa máquina púbica?
Acontece que, das eleições de 2022 resultou a vitória do ex-presidente Lula, isto numa disputa contra o próprio Jair Bolsonaro, este no exercício do mandato presidencial e candidato a reeleição. Detalhe: desde a promulgação da nossa atual constituição, todos os nossos presidentes que concorreram as suas reeleições obtiveram êxitos, exceto o próprio Jair Bolsonaro.
Apenas para os bolsonaristas, sobretudo, os mais radicais, a vitória do ex-presidente Lula para exercer um 3º mandato presidencial teve como responsável, as urnas eletrônicas, isto por sê-las fraudáveis. Daí a pergunta que não pode calar: por que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o de Minas Gerais, Romeu Zema, o de Goiás, Ronaldo Caiado e o do Paraná, Ratinho Junho, se consideraram legal e legitimamente eleitos se as suas correspondes eleições resultaram das mesmíssimas urnas?
A polarização, Jair Bolsonaro/Lula, por sê-la de caráter pessoal, precisa chegar ao fim, do contrário, a nossa democracia é quem pagará seu altíssimo preço. E pior ficou após a instituição das emendas parlamentares aos nossos orçamentos públicos, diga-se de passagem, legalizando-se a corrupção.