O deputado federal Roberto Duarte (Republicanos-AC) utilizou a tribuna da Câmara nesta terça-feira (12) para criticar duramente a prática de ministros do governo Lula acumularem cargos em conselhos de empresas com participação pública, recebendo remunerações adicionais que, segundo o parlamentar, configuram conflito de interesses e fere os pilares da ética pública.
Duarte citou como exemplo recente a nomeação da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, para o Conselho de Administração da Alelo, indicada pelo Banco do Brasil. O posto garante um pagamento mensal extra de R$ 10 mil a R$ 15 mil, somado ao salário ministerial de R$ 46,3 mil, podendo ultrapassar R$ 61 mil por mês.
De acordo com o deputado, o caso não é isolado. Pelo menos 17 ministros fazem parte de um total de 323 aliados do governo que ocupam vagas em conselhos de estatais ou empresas de economia mista, com salários que podem chegar a R$ 80 mil mensais, muitas vezes sem a qualificação técnica exigida para os cargos. “Não é meritocracia, é clientelismo institucionalizado, que mina a moralidade administrativa prevista no artigo 37 da Constituição”, criticou.
O parlamentar alertou ainda que, enquanto milhões de brasileiros vivem com um salário mínimo de R$ 1.412 ou em situação de extrema pobreza, o governo distribui vagas estratégicas para aliados, enfraquecendo a governança, a transparência e a eficiência de empresas públicas.
“Isso compromete o desempenho de empresas públicas, desperdiça recursos e prejudica o desenvolvimento econômico do país, em um momento em que o Brasil precisa de gestão profissional e inovadora”, finalizou Duarte.