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Para 75% dos brasileiros, Trump aplica tarifaço por política

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Da redação ac24horas

Pesquisa Ipsos-Ipec divulgada nesta terça-feira (12) mostra que três em cada quatro brasileiros consideram o tarifaço do presidente norte-americano Donald Trump às exportações do Brasil uma questão política, ante 12% que veem motivação comercial e 5% que apontam os dois fatores.


De acordo com o levantamento – realizado entre os dias 1º e 5 de agosto, ou seja, após a confirmação de sobretaxa de 50% de produtos como café e carne, mas exceções como o suco de laranja –, a percepção de que Trump age por motivação estritamente política supera os 70% em praticamente todos os segmentos sociais.


Mesmo em grupos ideológicos distintos prevalece essa imagem, ainda que seja mais acentuada entre eleitores de Lula (PT), com 79%, do que entre os que votaram em Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno de 2022, com 73%.


A pesquisa Ipsos-Ipec também aferiu maior percepção positiva da imagem dos EUA antes da imposição das tarifas, com 48% de resposta ótima/boa, ante 28% regular e 15%, ruim/péssima.


No entanto, 38% afirmam que essa imagem piorou após o tarifaço, enquanto 51% dizem que permanece a mesma e 6%, que houve melhora nessa percepção. Nesse caso, também há um impacto negativo mais forte entre eleitores de Lula (52% passaram a ter uma imagem pior dos EUA) do que no eleitorado de Bolsonaro (26%).


Reflexos da polarização

A polarização política fica mais evidente nas respostas relacionadas a como o Brasil deve reagir ao tarifaço de Trump. Os entrevistadores do Ipsos-Ipec perguntaram se os brasileiros concordavam ou discordavam de afirmações como “o Brasil deveria reavaliar sua parceria comercial e se distanciar dos Estados Unidos” ou se a retaliação deveria ser feita “na mesma moeda”.


Em relação à primeira frase, 47% discordam (30% totalmente e 17%, em parte) e 46% concordam (28% totalmente e 18%, em parte) com a reavaliação da parceira e distanciamento dos EUA.


No caso de uma retaliação na mesma moeda, o Ipsos-Ipec aponta que 49% concordam (33% totalmente e 16%, em parte) e 43% discordam (13% totalmente e 30%, em parte). Os índices nas duas respostas têm maior variação quando se divide o contingente entre eleitores de Lula e de Bolsonaro.


A pesquisa aponta como ponto de convergência a necessidade de o Brasil buscar novos parceiros comerciais após o tarifaço, com 68% em defesa dessa postura. Por fim, somam 60% os entrevistados que indicam preocupação com um cenário de maior isolamento do Brasil no cenário internacional diante do embate com os EUA.


O levantamento do Ipsos-Ipec foi feito entre os dias 1º e 5 de agosto e ouviu 2.000 pessoas de 16 anos ou mais, em 132 municípios brasileiros. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.


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