Palácio do Planalto, em Brasília • Roberto Stuckert Filho/PR
A reunião desta segunda-feira (11) sobre o plano de contingência do governo federal contra o tarifaço americano foi inconclusiva para o anúncio imediato da medida. A perspectiva atual é que qualquer anúncio seja feito a partir de quarta-feira (13).
A reunião desta segunda durou cerca de duas horas no Palácio do Planalto e contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, do advogado-geral da União, Jorge Messias, da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.
O alto escalão do governo segue fazendo ajustes nas medidas em elaboração para ajudar os setores produtivos afetados pelo tarifaço. A ideia é que o plano não tenha impactos nos parâmetros da política fiscal estabelecida, como gastos fora da meta.
Haddad já afirmou que o plano abrange linhas de financiamento, medidas tributárias e ações relativas a compras governamentais, por exemplo.
Um dos principais focos do governo é no discurso da manutenção de empregos. Até por isso, a intenção é fazer uma divulgação bem estruturada, explicando todos os pontos do plano.
Enquanto isso, qualquer possibilidade de negociação direta entre Lula e Donald Trump vai se esvaecendo.
O cancelamento da reunião prevista entre Haddad, e o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, reforçou a dificuldade de acesso do governo brasileiro à Casa Branca. Filho de Jair Bolsonaro e deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nega qualquer interferência.
Ao menos da Presidência da Câmara, as sinalizações de ajuda ao governo são positivas. Hugo Motta (Republicanos-PB) disse nesta segunda que o plano de contingência terá prioridade. No entanto, mesmo com o fim do recesso, o plenário da Câmara segue sem votações. Há dúvidas se voltará ao normal a partir desta terça-feira (12).
Governistas querem aproveitar a rebelião da oposição da semana passada contra Hugo para manter o político mais próximo ao Planalto.
Embora tenha encaminhado pedidos de punições a bolsonaristas, ele preferiu não tomar uma decisão direta. Enquanto isso, os aliados de Bolsonaro buscam atrair o centrão com a defesa do avanço do pacote anti-STF (Supremo Tribunal Federal) — que inclui o fim do foro privilegiado e o projeto de anistia a envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado.