O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) denunciou 16 pessoas, entre elas policiais militares, por envolvimento em um esquema de agiotagem marcado por extorsão violenta, ameaças e lavagem de dinheiro. A denúncia foi apresentada no dia 6 de agosto e é resultado da Operação Soldados da Usura.
De acordo com o MP, o grupo fazia empréstimos ilegais com juros abusivos e, diante da inadimplência das vítimas — em sua maioria pessoas endividadas e em situação de vulnerabilidade agravada pela pandemia —, recorria à violência para cobrar os valores. Policiais militares integravam o chamado “grupo de cobrança”, agindo com ameaças, agressões físicas e uso de armas de fogo. Há relatos de constrangimento a familiares, incluindo crianças.
Os crimes atribuídos aos acusados incluem:
• Constituição de organização criminosa
• Usura (44 vezes)
• Extorsão (81 vezes)
• Lavagem de dinheiro
O Ministério Público pede que os envolvidos paguem uma indenização mínima às vítimas, dividida em três frentes:
• R$ 126 mil por danos materiais
• R$ 200 mil por danos morais individuais
• R$ 1,2 milhão por danos morais coletivos
Esses valores devem ser pagos solidariamente pelos réus.
A operação Soldados da Usura teve duas fases. Na primeira, deflagrada em fevereiro, três PMs e seis civis foram presos, e mais de R$ 73 milhões em bens foram bloqueados — incluindo imóveis, carros de luxo e participação em empresas. O grupo chegou a montar uma draga no rio Madeira para esconder parte do dinheiro.
Mesmo com a prisão de alguns líderes, o esquema continuou operando, o que levou à segunda fase da operação, realizada em Porto Velho e Buritis. Nessa etapa, foram bloqueados bens e valores que ultrapassam R$ 2,7 milhões.