O idoso João Pinto Mesquita, de 70 anos, morador da Colônia Souza Araújo, em Rio Branco, relatou ao ac24horas nesta sexta-feira (8) que vive na comunidade há cerca de nove anos. Antes, ele morava em uma casa na área da Defesa Civil, mas, segundo ele, a mudança foi necessária.
“Estou aqui mesmo, porque antes morava lá na Defesa Civil, na minha casa. Mas chegou um tempo que a gente não podia mais se reagir, né? Então, se é o lugar para a gente ficar, é aqui mesmo. A gente dá muitas graças a Deus por este lugar para ficar, porque aqui, melhor que aqui, só se for no céu. O pessoal trata a gente muito bem”, disse.
Para Mesquita, o momento atual é um dos melhores de sua vida. “A melhor parte mesmo da minha vida é o que estou vivendo agora, morando aqui. Hoje a gente tem um presidente muito bom, que é o Lula, o ‘Papai Lula’. Estamos aguardando ele por aqui, esperando melhorias e a reforma deste lugar”, declarou.
Sobre os desafios que enfrentou desde que descobriu a hanseníase, ele lembra das dificuldades no seringal, onde viveu por muitos anos. “Quando a gente é sadio, é uma coisa; quando cai na doença, é outra. A gente passa por muitas guerras, muitas lutas, porque um dia está melhor, outro dia está pior. Aí precisa mesmo é de ajuda. É muita luta que a gente passa, é uma coisa muito ruim para a gente”, afirmou.
Mesquita descobriu a doença aos 25 anos e, desde então, passou a viver em Rio Branco para realizar tratamento. “Fiquei fazendo tratamento, tomando remédio em casa e, quando precisava, ia para o hospital”, contou.
Ele também recorda o preconceito enfrentado no passado. “Naquela época, as pessoas que eram acometidas com a doença eram excluídas da sociedade. Uns gostavam da gente, outros não. A gente era muito maltratado. Mas eu nunca desisti de viver e de ter esperança. Se um me maltratava, outro me tratava bem. E assim eu ia, passando”, concluiu.