Whindersson Nunes em registro no Instagram; o humorista foi diagnosticado com superdotação - Foto: Reprodução/Instagram
Whindersson Nunes revelou ter sido diagnosticado com superdotação (altas habilidades). De acordo com o psiquiatra Eduardo Perin, isso acontece quando indivíduos demonstram desempenho acima da média em uma ou mais áreas de conhecimento. “Embora possa parecer um privilégio, traz vulnerabilidades emocionais importantes”, aponta o especialista.
Em entrevista ao Notícias da TV, o profissional dá mais detalhes sobre o quadro e explica como é possível reconhecer sinais que levam à identificação dessas pessoas.
“Superdotação é um diagnóstico reconhecido que se refere a indivíduos com desempenho significativamente acima da média em uma ou mais áreas de conhecimento, como raciocínio lógico, linguagem, criatividade, liderança ou habilidades artísticas. Esse potencial não se limita apenas a um QI elevado –embora um QI acima de 130 seja um dos critérios mais comuns–, mas também envolve características emocionais, sociais e criativas marcantes.”
O diagnóstico de superdotação é clínico e psicopedagógico e, geralmente, envolve uma avaliação multidisciplinar com psicólogo, pedagogo e, em alguns casos, psiquiatra.
“Os principais sinais que podem levantar suspeitas incluem desenvolvimento precoce –como fala, leitura ou raciocínio lógico mais avançados do que o esperado para a idade–, alta curiosidade e questionamento constante, memória incomum e facilidade de aprendizagem, hiperfoco em temas específicos, criatividade elevada, pensamento divergente e baixa tolerância à frustração, além de perfeccionismo ou dificuldades de socialização”, detalha.
De acordo com Perin, muitas vezes a superdotação é confundida com condições como TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) ou TEA (Transtorno do Espectro Autista), principalmente quando a criança apresenta comportamento desafiador, inquietude ou isolamento social.
O diagnóstico pode ser prejudicial para o indivíduo, especialmente se for mal compreendido ou negligenciado. Embora a superdotação possa parecer um privilégio, ela traz vulnerabilidades emocionais importantes, como sensibilidade emocional ampliada, perfeccionismo exacerbado, desconexão social, frustração escolar, tédio diante da rotina tradicional de ensino e risco aumentado para quadros como ansiedade, depressão ou isolamento.
“Sem o suporte adequado, a pessoa pode sofrer com esse ‘descompasso’ entre seu potencial cognitivo e sua maturidade emocional, o que pode gerar sofrimento psíquico significativo. A principal estratégia é acolher essa condição como parte da identidade, e não como um fardo ou rótulo”, continua.
O especialista destaca ainda que a superdotação é uma forma de neurodiversidade. “Como qualquer outra condição relacionada ao funcionamento do cérebro, ela precisa ser reconhecida, respeitada e acolhida com empatia. O desafio não é conter ou normalizar essas pessoas, mas ajudá-las a encontrar um espaço em que possam florescer com saúde emocional, autonomia e pertencimento”, completa ele.