O advogado Keldheky Maia da Silva foi preso na tarde desta quinta-feira (7) pela Polícia Civil do Acre, acusado de tentativa de homicídio durante uma confusão que resultou na morte da assistente jurídica Juliana Chaar Marçal, de 36 anos, na madrugada de 21 de junho, em frente à casa noturna Dibuteco, no bairro Isaura Parente, em Rio Branco. Após a prisão, Keldheky foi levado à Delegacia de Flagrantes (DEFLA). Ele ficará à disposição da justiça no Batalhão de Operações Especiais (Bope) e passará por audiência de custódia nesta sexta-feira (8).
De acordo com o coordenador da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Dr. Alcino Ferreira Júnior, a prisão foi decretada com base na conclusão do inquérito que investigou o caso. “A gente representou pela prisão dele na finalização do inquérito. O juiz decretou hoje, e nós fomos em busca dele. O advogado acabou tomando conhecimento e se apresentou”, informou o delegado.
O caso envolve dois crimes distintos. O primeiro é o homicídio consumado de Juliana Chaar Marçal, atropelada intencionalmente por uma caminhonete preta, conduzida por Diego Luiz Gois Passo. O segundo crime, que motivou a prisão de Keldheky, é a tentativa de homicídio decorrente dos disparos de arma de fogo efetuados por ele contra um grupo de pessoas durante a briga. “A investigação tem duas partes: o atropelamento, que foi um homicídio consumado, e a tentativa de homicídio realizada pelo advogado, quando ele dispara contra as outras pessoas que estavam na confusão”, explicou Dr. Alcino.
Imagens de câmeras de segurança mostram Keldheky sacando uma arma e efetuando disparos durante o tumulto. Juliana Chaar tentou contê-lo, abraçando-o por trás, mas ambos foram atropelados. A vítima sofreu traumatismo cranioencefálico grave, fratura de fêmur e múltiplas escoriações, sendo socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no mesmo dia no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb). Keldheky também ficou ferido, com lesões na mão, perna e testa.
Inicialmente, Keldheky foi detido por porte ilegal de arma de fogo e liberado após receber liberdade provisória, com a condição de não deixar a comarca sem autorização judicial e manter seu endereço atualizado. Contudo, a análise de vídeos e novas evidências levou a Polícia Civil a indiciá-lo por tentativa de homicídio, crime que pode ser configurado como “homicídio branco” (quando não há vítima atingida pelos disparos).
Diego Luiz Gois Passo, acusado do atropelamento que resultou na morte de Juliana, foi preso no dia 18 de julho. A caminhonete usada no crime, uma Toyota Hilux preta, foi apreendida pelo Grupo Especial de Fronteira (Gefron) em um ramal no bairro Brindeiro, onde também foi encontrada uma pistola 9mm escondida no veículo.