Foto: David Medeiros
Mesmo com a chuva que caiu sobre Rio Branco na manhã desta terça-feira, 05, servidores da saúde estadual realizaram uma paralisação e se concentraram em frente à sede da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), para cobrar do governo avanços na pauta do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) da categoria.
Logo no início do ato, os manifestantes encontraram a sede da Sesacre de portas fechadas, o que causou indignação entre os líderes sindicais. A justificativa apresentada pela gestão foi de que o prédio estaria passando por dedetização, fato que gerou revolta entre os trabalhadores, especialmente porque a segunda-feira foi feriado, e, segundo eles, o serviço poderia ter sido realizado no fim de semana.
O presidente do Sindicato da Saúde, Jean, destacou a mobilização dos profissionais mesmo com as dificuldades climáticas. “Independente da chuva — que tem atrapalhado um pouco, né? — os nossos trabalhadores estão vindo. Está chegando gente aí de Sena Madureira, acabaram de chegar aqui de Senador Guiomard e o movimento vai continuar. São 25 anos sem plano de carreira de salário, são 25 anos com a saúde sofrendo, são 25 anos com salários achatados e os nossos profissionais sem condições de trabalho, principalmente sem salário. Isso não pode acontecer. Os sindicatos não vão deixar isso acontecer e vamos ficar firmes, ou na chuva, ou no sol”, afirmou.
Representando os profissionais da enfermagem, a presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Lexa, também criticou a postura da secretaria. “Rapaz, é inédito, a gente não tinha visto, mas é incrível. Segunda-feira foi feriado, tivemos sexta, sábado e domingo que eles poderiam ter dedetizado, mas dizendo eles hoje que estão dedetizando. E hoje é terça-feira, ontem foi feriado, a população procurando a Sesacre, aqui no TFD, na regulação e a Sesacre fechada. Os profissionais querem entrar para trabalhar e as portas estão fechadas. Eu nunca tinha visto isso antes, mas o nosso movimento permanece, vamos estar aqui. Queremos o nosso PCCR”, pontuou.
Foto: David Medeiros
Durante a manifestação, os sindicatos apresentaram à categoria a contraproposta do governo, que prevê um prazo até os dias 30 de julho, 30 de agosto e 30 de setembro para que as secretarias realizem o levantamento necessário para a construção do plano. A proposta, no entanto, não foi bem recebida.
“Olha só, a gente teve uma reunião com a equipe de governo que deram uma proposta que seria 30 de julho, 30 de agosto e 30 de setembro para as secretarias fazerem o seu levantamento. Nós não concordamos. Por quê? O Estado pagou uma empresa, um milhão e meio, a Sesacre pagou, para fazer todo esse levantamento. E, para nossa surpresa, nos deram esse prazo. E hoje nós vamos falar para a categoria, trazendo para eles essa contraproposta do Estado e vamos ver o que a categoria vai dizer”, explicou Lexa.
Questionada sobre a possibilidade de greve, ela foi direta: “É a categoria que vai decidir. Porque hoje nós temos o dia de paralisação, fizemos a mobilização, vamos passar para eles o que a equipe de governo nos passou, que é 30 de julho, 30 de agosto e 30 de setembro, e aqui na Sesacre foi feito todo esse levantamento e agora estão pedindo isso. Vamos passar para a categoria e eles vão decidir”, finalizou.