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Adem Araújo afirma que avanço do Mercado Livre afeta o varejo tradicional

Foto: Jardy Lopes
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O empresário Adem Araújo, presidente da Associação Acreana de Supermercados (Asas) e da Federação de Futebol do Acre (FFAC), participou da penúltima noite da 50ª Expoacre, no sábado (27), e concedeu entrevista ao ac24horas. Durante a conversa, ele destacou a assinatura de um termo de cooperação entre o governo do Estado, por meio da Secretaria de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), e a Asas, além de abordar temas como economia, comportamento do consumidor e os desafios do futebol acreano.


Supermercados no Espaço Indústria

O termo de cooperação firmado entre a Seict e a Asas prevê a inserção do setor supermercadista no Espaço Indústria da feira, conectando o varejo alimentar a outros segmentos produtivos, incluindo empreendedores do Peru e da Bolívia. A assinatura ocorreu na sede da Associação Comercial, Industrial, de Serviço e Agrícola do Acre (Acisa), com presença da Federação das Indústrias do Acre (Fieac) e do Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento.


“O objetivo é aumentar as compras dos fornecedores locais e, em troca, obter descontos que permitam praticar preços menores ao consumidor final. Temos fornecedores locais com grande representatividade, como produtores de café, embutidos, refrigerantes e biscoitos”, explicou Araújo. Ele reforçou que o acordo beneficia todas as redes de supermercados associadas, não apenas o grupo Ara Super.

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Foto: Jardy Lopes

Impacto econômico e comportamento do consumidor

Adem destacou que o setor supermercadista é o maior arrecadador de ICMS por categoria no Acre e representa quase 10% do PIB estadual. Apesar das dificuldades enfrentadas em 2023, como a desaceleração das exportações de carne bovina, o setor vem se mantendo estável.


“A economia oscilou e o poder de compra do consumidor ficou mais restrito, mas acreditamos que, ao final do ano, teremos pelo menos um empate em relação ao faturamento de 2024”, disse.


Ele também comentou as mudanças de comportamento do consumidor acreano após a pandemia. Segundo Araújo, houve um impacto inicial com a escassez de produtos e o aumento nos preços, mas a partir de 2023 o mercado começou a se equilibrar.


Concorrência com plataformas digitais

O presidente da Asas reconheceu o crescimento de plataformas como o Mercado Livre, que têm impacto direto no comércio físico. “Hoje, boa parte do consumo da região é distribuído a partir de Porto Velho. O Mercado Livre não é apenas um competidor, é uma plataforma que tem dominado o mercado sul-americano. Isso afeta todos os segmentos do varejo tradicional”, observou.


Foto: Jardy Lopes

Tarifaço dos EUA e impacto nas exportações

Araújo comentou os efeitos do pacote tarifário imposto pelos Estados Unidos durante o governo Trump, que impactou diretamente a exportação de carne bovina brasileira, incluindo plantas frigoríficas com operações no Acre. Apesar disso, ele acredita que as medidas são temporárias.


“É um tarifaço passageiro, mas que prejudica nossa economia. Até o final de 2025, acredito que haverá uma solução. Trump é rígido nas negociações, mas o impacto maior é para os exportadores brasileiros e, indiretamente, para a geração de empregos e renda no país”, afirmou.


Foto: Jardy Lopes

Futebol acreano: desafios e perspectivas

Adem Araújo também falou sobre seu papel como presidente interino da FFAC, cargo que assumiu após o falecimento do então presidente, Antônio Aquino Lopes, o Toniquim. Ele relatou que, embora o futebol acreano enfrente dificuldades semelhantes a outros estados da Região Norte, há avanços com o novo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.


“Estamos revitalizando totalmente o estádio Florestão, investindo em formação de base e criando um programa social para crianças a partir dos 10 anos. Vamos oferecer uniforme, lanche, acompanhamento com psicólogos e nutricionistas, tudo de forma gratuita, com apoio do Ministério Público e outros parceiros”, explicou.


Ele acredita que o Acre pode voltar a ter clubes disputando divisões nacionais de forma competitiva, como ocorreu entre 2007 e 2011 com o Rio Branco.


“Futebol se faz com gestão e investimento. Precisamos de patrocinadores com mais capacidade e gestores que saibam aplicar bem os recursos. Com o apoio da CBF, podemos sim voltar à elite nacional”, afirmou.


Assista à entrevista:


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