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Fabrício Lemos reforça importância da vacina: “tríplice viral está sobrando”

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Da redação ac24horas

Na sétima noite da Expoacre 2025, o médico Fabrício Lemos concedeu uma entrevista nesta sexta-feira, 01, ao ac24horas e fez um amplo panorama sobre os desafios da saúde pública no Acre. Com linguagem direta, repleta de exemplos do dia a dia e com tom de alerta, ele defendeu a vacinação, falou sobre os casos de síndromes respiratórias e valorizou a relação médico-paciente como chave para um tratamento eficaz.


Com quase dois anos de participação no quadro “Médico 24 Horas”, Lemos afirmou que as doenças sazonais no Acre, como as diarréias no inverno e as síndromes respiratórias no verão, continuam desafiando os profissionais de saúde, principalmente após a pandemia. Segundo ele, a recente circulação do vírus da influenza tipo B, também chamado de H3N2, tem derrubado famílias inteiras. “Ela evoluiu por uma pneumonia forte nos idosos, aqueles não imunizados, aqueles que não tomaram a vacina da influência. Tá matando”, relatou.


O médico foi enfático ao defender medidas de prevenção, como o uso de máscaras, que, segundo ele, foram abandonadas precocemente e os cuidados com a higiene das mãos. Ele chamou atenção para o impacto do vírus nas escolas: “A criança vem espirrando, passa dentro de casa e pulveriza tudo”, destacou.


Foto: Jardy Lopes

Com o avanço do período de queimadas e clima seco, o médico alertou para os riscos respiratórios agravados pela fumaça e deu dicas simples para minimizar os efeitos dentro de casa: “Quem não tem um umidificador… coloca uma bacia de água ou uma toalha molhada na cadeira. No outro dia, ela tá seca”, salientou.


Outro ponto abordado na entrevista foi o uso indiscriminado da palavra “virose” para justificar sintomas genéricos: “Existe uma máxima da medicina que fala que o ser humano não vai morrer de câncer, nem de bactéria e fungo. Vai morrer por vírus. É tanto que a Covid veio mostrar isso”, ressaltou.


Lemos também demonstrou preocupação com o retorno do sarampo, inclusive no Acre. Para ele, o relaxamento e a hesitação vacinal são os grandes culpados pelo retorno de doenças erradicadas. “Sem vacina, essa terra, o ser humano seria extinto. A maioria desses vírus tem vacina. A triplice viral, por exemplo, está sobrando no Barral y Barral”, alertou.


Ao abordar o tema da pediatria e imunidade infantil, reforçou que a melhor suplementação é uma boa alimentação. “Mas tem criança que não come fruta, nem verdura. Aí vamos suplementar. Não é regra, mas às vezes é necessário”, afirmou.


Foto: Jardy Lopes

Sobre sua atuação, revelou sua paixão pela emergência médica: “Eu adoro emergência, sou apaixonado. Hoje mesmo atendi três infartos. Quando você sabe o que fazer, é raro o paciente morrer com a gente, a não ser que seja fulminante”, destacou.


No encerramento da entrevista, Fabrício destacou a importância da relação médico-paciente: “A dor é pessoal. Eu não posso mensurar a sua dor. O que eu tenho que fazer é acreditar no paciente e ter uma boa relação. Tem gente que fala: ‘Aquele é meu médico’ e esse médico se torna o médico da vida inteira daquela família”, finalizou.


Assista à entrevista:



 


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Da redação ac24horas