Foto: Jardy Lopes
Na sexta noite da Expoacre 2025, o secretário de Agricultura do Estado, Eracides Caetano, concedeu entrevista ao ac24horas nesta quinta-feira, 31, onde apresentou as principais ações da pasta, com destaque para o projeto de produção local de agricultura familiar e os desafios enfrentados na zona rural, como infraestrutura de ramais e fortalecimento das cooperativas.
Eracides comentou sobre a estrutura da Secretaria de Agricultura no evento e os equipamentos expostos ao público. Segundo ele, o foco é mostrar os recursos disponíveis aos produtores.
“Nós estamos trazendo ali o maquinário. Máquina pesada, que a gente trabalha com mecanização. Vários equipamentos que a gente trabalha na agricultura familiar”, detalhou o secretário.
Questionado sobre a produção local de arroz, Eracides destacou um projeto experimental promissor realizado em parceria com a Embrapa. “Esse ano a gente fez uma parceria com a Embrapa e plantamos uma área de quase 3 hectares. Dificilmente aqui semente se encontra. A gente não conseguiu encontrar semente aqui para fazer esse plantio de multiplicação de semente. A gente foi buscar em Rondônia, trouxemos aí uma variedade que a Embrapa desenvolveu, que é o Primavera 3, que já é a terceira fase que está sendo produzida em Goiás e aqui em Rondônia. E a gente trouxe semente para cá e plantamos e deu bom resultado. Hoje nós temos 120 sacas de sementes de arroz para distribuir para o agricultor. O pequeno agricultor da agricultura”, afirmou.
Foto: Jardy Lopes
Eracides destacou o uso de tecnologias e insumos para garantir a produtividade, afirmando que “se eles não trabalharem com tecnologia, eles não vão ter resultado”. Segundo o secretário, está sendo montado um parque industrial moderno para beneficiar a produção agrícola do estado.
“Nós temos aí um conjunto de máquinas de beneficiamento de arroz, das mais modernas do Brasil, que hoje é o que faz o arroz Tio Urbano e o Brilhante. Essas máquinas a gente comprou com tecnologia e estamos aí já montando. Nós estamos terminando os galpões, e vamos colocar essas máquinas todas para funcionar. Beneficiamento de arroz, de milho e de feijão”, explicou.
Sobre os gargalos da produção rural durante o inverno amazônico, Eracides apontou o problema da tabatinga (argila pegajosa que dificulta o tráfego) e destacou as ações do governo em drenagem e manutenção de ramais. “Todo mundo sabe que, principalmente em Rio Branco, nós temos uma deficiência, muita tabatinga e pouco material. A gente trabalha, estamos trabalhando a questão de bueiro, drenagem da estrada e está dando sim acesso. A maioria dos ramais que nós fizemos e demos manutenção. Porque todo ano você tem que dar manutenção. Se você não der manutenção todo ano, quando chega no final do ano, começam os problemas de atoleiro”, salientou.
“Nós colocamos já 638 bueiros, fizemos aí 84 pontes com bate estaca e mais 36 pontes que a gente fez em parceria com os produtores rurais. A gente leva o material, a máquina, e eles cedem a madeira e a gente cerra a madeira e faz as pontes. Então, a gente tem um trabalho aí com mais de 110 pontes que a gente já fez no Brasil”, acrescentou.
Foto: Jardy Lopes
O secretário comentou sobre o acompanhamento da produção de piscicultura, enfatizando a importância do cadastro dos produtores junto a associações e cooperativas.“A gente encaminha todos para fazer esse cadastro e ele participa das vendas com a cooperativa e associação que esteja presenciada para vender a produção deles”, disse.
Ao final da entrevista, Eracides fez uma avaliação otimista do trabalho realizado nos últimos anos e defendeu a importância do fortalecimento da produção rural pelo planejamento coletivo. “A gente está fazendo um trabalho aí, conscientizando o produtor. Tem que trabalhar em grupo. Você vê que hoje no Brasil todas as empresas estão se juntando para poder se fortalecer. E o produtor nada é diferente. Ele tem que também escolher o que ele vai plantar. Porque se vai todo mundo no mesmo sentido, plantando o mesmo tipo de produção, é claro que aí vai ter oferta demais no mercado e não vai ter preço”, concluiu.
Assista à entrevista: