Uma nota de repúdio foi publicada por entidades de defesa dos direitos das pessoas com deficiência após um episódio ocorrido na noite desta segunda-feira (28), durante o show da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano, na Expoacre 2025. Tradutores e intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras), contratados pelo Governo do Estado do Acre para promover acessibilidade no evento, foram impedidos de atuar pela produção do show.
O caso gerou ampla repercussão, especialmente por envolver um evento público, financiado com recursos estatais e que havia se comprometido a garantir medidas de acessibilidade como parte da programação oficial.
Na nota, publicada nas redes sociais do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conede/AC), as entidades lamentam a conduta da produção do espetáculo e afirmam que o impedimento representa uma grave violação aos direitos fundamentais da pessoa com deficiência.
“Repudiamos qualquer tipo de negação de direito à acessibilidade”, diz a publicação, reforçando que a presença dos intérpretes é essencial para garantir a participação plena das pessoas surdas nos eventos culturais.
O Governo do Estado do Acre havia anunciado publicamente que trabalharia para assegurar a acessibilidade durante toda a Expoacre 2025, e a contratação de profissionais intérpretes fazia parte desse compromisso.
Esta não é a primeira vez que a dupla sertaneja se envolve em episódios semelhantes. Em 2019, Zezé Di Camargo e Luciano foram acusados de infringir a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015), após impedirem a atuação de uma intérprete de Libras durante apresentação realizada em Imperatriz (MA), contratada em parceria com o governo estadual. À época, o caso foi repercutido pelo jornal Folha de Pernambuco.