Em tempos de fumaceiro, alegria de acreano é contar as ondas de frio. E dia 30 de julho os moradores deste Estado verão mais uma, a 8ª (ou seria a 9ª?… sei lá) onda polar a invernar em Terras de Galvez. Não será uma Brastemp, mas entra sim na contagem.
Adepto declarado de um boca-livre, Bocalom nem sabe mais qual cidade governa quando se trata de cortar a carne. “Um momento mais que especial no churrasco de 40 anos da querida Comunidade São Cristóvão! Viva essa comunidade tão importante para a amada Epitaciolândia!”, disse ele, passeando por aí…
Daí vem a constatação que as declarações de Bocalom não ser candidato a nada, mas tão somente “ser o melhor prefeito que Rio Branco já teve”, são palavras ao vento…
O governador Gladson Cameli divulgou um pacotaço legislativo em favor da mulher acreana. Uma lei estadual, por exemplo, institui a Política de Conscientização e Atenção Integral à Saúde das Mulheres no Climatério, incluindo uma semana dedicada ao tema para ampliar o debate e o apoio.
Além disso, mulheres vítimas de violência agora têm prioridade imediata na emissão de novos documentos, caso os originais sejam retidos, subtraídos ou destruídos pelo agressor.
Gladson adotou ainda outras medidas: a CNH Social foi institucionalizada especificamente para mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar, facilitando o acesso à habilitação e à independência.
Muita gente dentro do governo estadual se “esguelando” para se aproximar da vice-governadora Mailza Assis. A questão não é só a sua candidatura ao governo. A partir de abril de 2026 a mulher terá a caneta na mão. Quem vai ou não continuar em cargo comissionado depende exclusivamente dela.
Ao contrário do que apregoavam os adversários de Gladson Cameli, o atual governo nunca atrasou salários. Quem é que quer ficar nove meses fora da folha de pagamento oficial?
Não são, é só a turma do segundo, terceiro e quarto escalões dos “nomeados” que tenta uma aproximação da Mailza. Tem muitos secretários e presidentes de autarquias que pedem agendas com a vice pra falarem das suas realizações e projetos para o próximo ano. É a famosa “perspectiva de poder” que ninguém quer perder.
Que o grande articulador de uma possível candidatura do Bocalom ao governo é o senador Marcio Bittar, não existem dúvidas. Mas alguma coisa “azedou” depois do giro do Bocalom pelo interior do Acre.
O Bittar que de besta não tem nada, mudou um pouco seu discurso durante a Expoacre. Ele andou dizendo que a prioridade do PL, partido ao qual vai se filiar, é a eleição de senadores e deputados federais para ajudar o ex-presidente Bolsonaro. Ou seja, a sua reeleição ao Senado é o que importa.
Nos bastidores da Expoacre, o cenário é de tensão (frise-se: muita) entre produtores e órgãos de fiscalização ambiental. O acesso aos sistemas de monitoramento, a fluidez das informações de cada propriedade não estão permitindo, nem aos produtores e nem aos governos, o entendimento correto sobre a condição de cada área.
O resultado disso é que a suspensão dos embargos ambientais fica travada. Se a Sema, Imac não fazem o que tem que ser feito, o Ibama não tem como suspender os embargos. A situação é tão grave que produtores de referência na região podem ter a atividade estancada, caso os órgãos de fiscalização do Estado não agilizem as questões técnicas. Aliás, esse é outro detalhe: não tem nada a ver com política diretamente. É um gargalo técnico.
Definitivamente, Bocalom resolveu rasgar o currículo dele voltado para a área rural. A Lei de Diretrizes Orçamentárias apresenta baixo investimento na política agrícola. E quando se fala em investimento na “produção”, o cenário é pior ainda.
E o que é pior: os parlamentares de oposição que apresentaram propostas para melhorar a LDO nas questões agrícolas foram ignorados. Bocalom se deixa conduzir por um espírito revanchista na política que poderia melhorar as condições do agricultor. Deixa a gincana política contaminar a relação com parlamentares que poderiam melhorar uma lei que é referência para a aplicação dos recursos públicos.
Só para que o leitor tenha noção, o documento enviado para a Câmara prevê apenas 100 quilômetros de recuperação de ramais. É de lascar!
E já que a coluna entrou nesse assunto, lá vai: Bocalom também erra ao insistir nesse equívoco da tal da Vaca Mecânica. Não engoliu uma retórica de campanha política ocorrida há 20 anos e tenta responder agora a adversários. E quem paga a conta? O produtor de leite. Sim. Porque insistir em produzir leite de soja é criar uma concorrência desnecessária para a cadeia produtiva do leite que vive dias difíceis por aqui.
Bocalom poderia fortalecer a bacia leiteira garantindo a compra de cooperativas e associações para que as crianças de quase 100 unidades escolares tomassem leite de vaca produzido aqui mesmo. Qual a dificuldade de se entender isso e insistir em servir leite de soja?
Sem contar outro detalhe: há surpresas que podem deixar o prefeito rendido em relação a esse bendito leite de soja. Instituições de pesquisa estão sendo sondadas e podem colocar mosca na soja do prefeito. A conferir.