Apesar de o Brasil registrar uma média nacional de 94,72 pediatras para cada 100 mil habitantes com até 19 anos, a distribuição desses profissionais é profundamente desigual. O Acre ocupa o terceiro pior lugar no ranking nacional, com apenas 33,35 pediatras por 100 mil jovens, número quase quatro vezes menor do que o registrado em estados do Sudeste, como São Paulo (136,08) ou Rio de Janeiro (147,85).
A escassez de especialistas afeta diretamente o acesso da população infantil acreana aos cuidados médicos adequados. O estudo Demografia Médica no Brasil 2025, divulgado pela Faculdade de Medicina da USP, aponta que o Acre integra um bloco de estados com cobertura pediátrica crítica, ao lado de Maranhão (27,98), Pará (28,74), Amazonas (37,48) e Amapá (38). A realidade contrasta com o cenário do Distrito Federal, que lidera o ranking com 258,35 pediatras por 100 mil habitantes de até 19 anos.
A concentração dos profissionais em regiões mais desenvolvidas e no setor privado é um dos principais fatores para essa desigualdade. Outro fator citado por especialistas é a exclusão do pediatra das equipes da Atenção Primária à Saúde (APS).
O uso da telemedicina também tem sido discutido como alternativa parcial para ampliar o acesso, principalmente em áreas remotas. Contudo, especialistas alertam que ela não substitui a presença física do médico, essencial para diagnósticos mais precisos em crianças.
Com informações da Folha de SP