O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu, por unanimidade, prorrogar por mais 180 dias o processo administrativo disciplinar (PAD) contra o promotor de Justiça Walber Luís Silva do Nascimento, do Amazonas. Ele é investigado por declarações ofensivas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros de tribunais superiores e uma advogada, durante sessões do Tribunal do Júri em Manaus.
A decisão foi tomada após o relator do caso, conselheiro Antônio Edílio Magalhães Teixeira, informar que a fase de instrução ainda não foi concluída devido à pendência de um recurso.
O PAD foi instaurado em dezembro de 2023, após Walber ter chamado o presidente Lula de “bandido” e “líder da quadrilha dos ladrões”, além de acusar ministros dos tribunais superiores de atuarem “a serviço do Partido dos Trabalhadores”. A Corregedoria Nacional apontou que o promotor violou ao menos três deveres funcionais previstos na Lei Orgânica do Ministério Público do Amazonas, incluindo o de manter conduta ilibada na vida pública e privada.
Walber também é alvo de outro PAD por ter comparado, durante sessão do júri em setembro de 2023, a advogada Catharina Estrella a uma cadela, acrescentando que “seria uma ofensa ao animal”. Esse segundo processo também teve prazo prorrogado pelo CNMP em abril deste ano.