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Aldo Rebelo defende destravamento ambiental para o desenvolvimento da Amazônia

Foto: Sérgio Vale
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O ex-ministro Aldo Rebelo participou, na manhã desta sexta-feira (25), de audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac), em Rio Branco, com o objetivo de discutir os impactos da legislação ambiental sobre a produção e o desenvolvimento da Amazônia. Durante sua fala, Rebelo abordou temas como os entraves enfrentados por produtores rurais, infraestrutura logística, a importância geopolítica da região e a urgência em equilibrar proteção ambiental e crescimento econômico.


A audiência pública foi promovida como parte dos preparativos para a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em novembro, no Brasil, com sede na Amazônia brasileira.


Amazônia na geopolítica mundial

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Ao abrir sua participação em entrevista coletiva, Aldo Rebelo destacou o papel central da Amazônia nos dois maiores desafios da humanidade: a segurança alimentar e a segurança energética.“A Amazônia é importante pelo meio ambiente, é verdade, mas, fundamentalmente, ela representa a maior fronteira da agropecuária e da energia. É a maior reserva de água doce, de biodiversidade e de floresta tropical do planeta. O Acre, por sua posição estratégica, é a porta do Brasil para a Ásia e o Pacífico”, afirmou.


Rebelo criticou a burocracia e os embargos ambientais impostos a pequenos produtores, especialmente em áreas como reservas extrativistas. Para ele, a criminalização de atividades de subsistência representa um equívoco social e político:


“O desenvolvimento está bloqueado na Amazônia. Não se pode construir uma estrada de Manoel Urbano a Santa Rosa do Purus, porque dizem que isso ameaça o meio ambiente. Mas o que está sendo ameaçado é o direito de uma criança ir à escola, de uma mulher ter assistência no parto, de uma família circular com dignidade”, declarou.


Foto: Sérgio Vale

Ele ainda reforçou que o Estado brasileiro falha ao priorizar a repressão a pequenos produtores, em detrimento do combate a crimes mais graves: “Os órgãos estatais não mandam Polícia Federal e Força Nacional para enfrentar o narcotráfico com a mesma intensidade com que perseguem quem cria uma vaca ou planta uma roça”, pontuou.


Rebelo também defendeu projetos de infraestrutura, como a ferrovia ligando Rio Branco a Cruzeiro do Sul e a possível conexão com a cidade peruana de Pucallpa. Ele lembrou que a proposta remonta ao início do século XX, com Euclides da Cunha, que chegou a propor a construção da chamada Ferrovia Transacreana como elo de ligação entre os rios amazônicos: “A natureza já nos deu ferrovias naturais: os rios. Precisamos agora de integração logística por ferrovias e rodovias. O estudo do IPEA já indicou que o Acre é o estado mais próximo da dinâmica econômica do mundo atual, o Pacífico. Mas sem infraestrutura, não há desenvolvimento possível”, destacou.


Conspiração contra a Amazônia


O ex-ministro afirmou ainda que há uma espécie de “conspiração permanente contra o desenvolvimento da Amazônia”, que se manifesta no bloqueio de obras e na criminalização de atividades produtivas locais. Segundo ele, esse modelo impede que a região exerça seu verdadeiro protagonismo econômico e estratégico.


“O mundo conseguiu combinar preservação ambiental e desenvolvimento. O Brasil pode fazer isso. O Acre também. Mas há quem defenda que a floresta deve ser imobilizada, enquanto a pobreza se alastra”, concluiu.


Minibiografia de Aldo Rebelo


Aldo Rebelo é jornalista, escritor e ex-deputado federal por São Paulo, com seis mandatos consecutivos. Foi presidente da Câmara dos Deputados, relator do Código Florestal Brasileiro e da Lei de Biossegurança, e ocupou os ministérios da Coordenação Política, Esporte, Ciência e Tecnologia, e Defesa. Também foi secretário da Casa Civil do Estado de São Paulo e de Relações Internacionais do município de São Paulo.


Autor de sete livros, entre eles “O Quinto Movimento” e “Amazônia, a Maldição de Tordesilhas”, atualmente trabalha em uma obra sobre Dom Pedro I e realiza palestras em todo o país. Em 2024, proferiu mais de 100 conferências sobre temas como desenvolvimento econômico, Amazônia, geopolítica e combate às desigualdades sociais. É presidente da Fundação Ulysses Guimarães no Estado de São Paulo.


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