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Pastor Arnaldo Barros diz ter retirado mais de 5 mil pessoas das facções no Acre

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Da redação ac24horas

O pastor Arnaldo Barros, ex-vereador de Rio Branco pelo Podemos, virou notícia nesta quarta-feira, 23, na Folha de São Paulo ao explicar a missão que vai além do púlpito: ajudar jovens a deixarem o crime organizado no Acre, estado marcado pela presença de facções e pela rota do tráfico internacional de drogas.


Barros é o idealizador do projeto Paz no Acre, que já realizou, segundo ele, mais de 5 mil “desligamentos” como ele define o processo de saída voluntária de membros de facções criminosas, por meio da conversão religiosa. O método envolve orações, vídeos e conversas diretas com os chefes do tráfico, aos quais são enviados registros da decisão de abandono da criminalidade.


Em um dos vídeos publicados nas redes sociais nesta quarta-feira, 23, pelo Jornal Folha de SP, Barros aparece em um carro ao lado de dois ex-criminosos, um ex-integrante do PCC, conhecido como CFK, e outro do Comando Vermelho, chamado Tubarãozinho. Ambos relatam ter abandonado a violência após se converterem. O grupo se dirige até a casa de um terceiro homem, supostamente ligado ao B13, que usa tornozeleira eletrônica e exibe cicatrizes de tiros. “Agora ele vai estar congregando na igreja”, afirmou o pastor, após anunciar o desligamento.


O ex-vereador Arnaldo Barros, 56 anos, acredita que a igreja evangélica é a única porta legítima de saída das facções. “Quando chego para o cara e tiro ele do crime, ele me passa o número dos superiores dele, e eu mando o vídeo”, explicou.


Segundo ele, muitas facções reconhecem o afastamento quando há um compromisso real com a fé, algo previsto até nos “estatutos internos” dessas organizações. O pastor também já foi vítima de críticas por expor vídeos nas redes sociais. Apesar disso, afirma que sempre pede permissão aos envolvidos. “Alguns perderam empregos, outros causaram um choque na família, que nem sabia da vida que levavam”, garantiu.


Casos como o de Rodrigo, 24 anos, também chamado de Carioca, ajudam a ilustrar essa trajetória. Ele conta que entrou para o Comando Vermelho aos 14 anos, virou gerente do tráfico aos 17 e fez parte de grupo de extermínio “Não queria mais fazer parte da organização, ele fez o meu vídeo e mandou para os conselhos do CV”, afirmou o jovem.


“Queria ter um celular, uma camisa de marca, um tênis da Nike também, e eu não podia porque não tinha condições.Aí virei o gerente da boca em 2017, quando começou [um conflito entre facções]. Fui fazer parte do grupo de extermínio do Comando Vermelho. Era um clima de guerra muito sinistro. A gente não podia dormir com medo de ser encontrado e morto”, acrescentou.


Com informações da Folha de SP


Assista ao vídeo:


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