A Região Norte apresenta a maior taxa de gravidez na adolescência no Brasil, segundo um estudo do Centro Internacional de Equidade em Saúde da Universidade Federal de Pelotas (ICEH/UFPel), divulgado nesta quinta-feira, 21.
De acordo com a pesquisa, realizada com dados de todos os mais de 5,5 mil municípios brasileiros, a taxa de fecundidade entre adolescentes no Norte alcança 77,1 nascimentos por mil meninas de 15 a 19 anos, mais que o dobro da média nacional, que é de 43,6 por mil.
Entre 2020 e 2022, mais de 1 milhão de adolescentes brasileiras entre 15 e 19 anos tiveram filhos. Na faixa de 10 a 14 anos, foram registradas mais de 49 mil gestações no país. Pela legislação brasileira, qualquer gravidez nessa faixa etária é considerada resultado de estupro de vulnerável.
O estudo revela um contraste preocupante entre as regiões. Enquanto 76% dos municípios do Norte apresentam índices equivalentes aos de países de baixa renda, essa proporção é bem menor em outras regiões: 5,1% no Sudeste, 9,4% no Sul, 30,5% no Nordeste e 32,7% no Centro-Oeste.
Segundo o estudo, as altas taxas de fecundidade adolescente estão diretamente associadas à privação socioeconômica.
“Municípios com baixa renda, alta taxa de analfabetismo, falta de infraestrutura e escassez de recursos concentram as piores taxas. A gravidez na adolescência é, fundamentalmente, um retrato da exclusão social e da falta de oportunidades”, destaca a pesquisa.
Com informações da Agência Brasil