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Eduardo Bolsonaro diz que não renunciará ao mandato de deputado

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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que não vai renunciar ao cargo. Hoje vence a licença tirada pelo parlamentar, que foi morar nos Estados Unidos, sob a alegação de perseguição política.


O que aconteceu


Deputado afirmou hoje em uma live que vai conseguir “levar o mandato” por mais três meses. “Eu não vou fazer nenhum tipo de renúncia. Se eu quiser, eu consigo levar meu mandato, pelo menos, até os próximos três meses”, disse na transmissão divulgada em seu canal no YouTube.


Licença de 120 dias do parlamentar termina hoje; a partir de amanhã Eduardo voltará a receber salário de R$ 46,3 mil como deputado. Retorno da licença é automático, não sendo necessária nenhuma formalidade, segundo a Câmara dos Deputados.


Mas, devido ao recesso do Congresso até o início de agosto e ao limite de faltas permitidas pela Câmara, Eduardo não corre o risco de perder o mandato agora. A punição só ocorre se o número de faltas ultrapassar um terço das sessões plenárias no ano. Até o momento, Eduardo acumula quatro faltas não justificadas no site da Câmara.


“[São] 44 sessões ainda [às quais Eduardo pode faltar]”, disse senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), na última quinta-feira.


Durante a semana, Eduardo indicou que não via possibilidade de voltar ao Brasil nesse momento, senão seria preso por ordem Alexandre de Moraes. “Não vejo a possibilidade de eu voltar agora, porque, se eu voltar, o Alexandre vai me prender”, disse em entrevista à Folha de S.Paulo. “Só preciso me pronunciar definitivamente após o recesso. Tenho a opção de não renunciar, deixar o tempo correr e perder o mandato por falta”, acrescentou.


Pedido de licença e atuação nos EUA
Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro pediu licença em março. Na época, Eduardo anunciou que ficaria nos Estados Unidos para buscar punições contra autoridades brasileiras envolvidas em processos que investigam seu pai, em especial Alexandre de Moraes. Foi substituído pelo suplente Missionário José Olímpio (PL-SP).


Eduardo virou alvo de inquérito aberto em maio no STF a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República). Na solicitação, a procuradoria fala em crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado democrático de Direito.


Deputado articula com o governo americano para impor sanções contra o ministro Alexandre de Moraes. Segundo a PGR, a intenção é coagir o STF e beneficiar o pai, Jair Bolsonaro, que é réu por tentativa de golpe.


Na sexta-feira (18), Eduardo agradeceu ao presidente dos EUA, Donald Trump, por revogar vistos de ministros do STF. “De garantido só posso falar uma coisa: tem muito mais por vir!”, escreveu no X.


Eduardo também manteve a defesa do tarifaço sobre os produtos brasileiros. Em entrevista à CNN, disse que a tarifa de 50% “não é o cenário desejado”, mas é a “única esperança” que resta. O deputado afirmou que “lamenta que o povo brasileiro tenha que pagar a conta”.


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