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O que fazer?

Por
Narciso Mendes

Se a liberdade de expressão fosse um direito absoluto os racistas poderiam reivindicar o retorno da escravidão


A discriminação de raças, de crenças, de condições sociais, de gêneros e até mesmo, de estruturas físicas das pessoas, em particular, as vítimas das ofensas gordofóbicas, só serão superadas quando os seus agressores forem  tratados como criminosos, posto que, nada é mais desumano para uma pessoa  que se ser tratada como um ser inferior.


Quem assim procede, e em nome da liberdade de expressão estará agredindo as pessoas que se sentem vítimas das descriminações que eles provocam, até porque, se sopesados, o direito a honra das pessoas tem um peso bem maior que a liberdade que os libertinos imaginam que detém.


Recentemente, um dos nossos humoristas, cuja identidade prefiro ocultar,  a pretexto de não dar publicidade ao seu nome, e sim, apenas ao seu caráter homofóbico, muito oportunamente, em razão das suas inaceitáveis descriminações, contra as pessoas gordas, ainda assim, para além das suas recorrentes descriminações, o dito cujo decidiu se insurgir contra a nossa própria justiça, segundo ele, em nome daquilo que ele considera como um direito absoluto.


Se a liberdade de expressão fosse um direito absoluto as organizações criminosas poderiam invocá-la quando buscam se expandirem e se fortalecerem. E por que isto não pode acontecer? Porque, nas estruturas do Estado brasileiro não há liberdade para práticas criminosas, mesmo assim, as nossas organizações já se transformaram na nossa principal preocupação.


Liberdade para quem a utiliza para praticar crimes, e em tempos de redes sociais, será para o mundo, e em particular, para o nosso país, o mais desafiador entre os nossos vários desafios. A propósito, dos dois mais importantes Estados da nossa Federação, o Rio de Janeiro e São Paulo, surgiram o CV-Comando Vermelho e o PCC-Primeiro Comando da Capital, duas das mais poderosíssimas organizações, verdadeiras universidades do crime.


Em já se fazendo presentes em todo o nosso país e inspiradas no CV e PCC e com suas filiais em todas as unidades de nossa federação, cada um dos nossos Estados já dispõem de sua própria organização criminosa, a exemplificar: o nosso chamado Bonde dos 13.


Em um dos seus vídeos, denominado de o “Perturbador”, quando o mesmo foi suspenso, apenas no YorTube, o mesmo já contava com mais de três milhões  de visualizações, número mais do que suficiente para perturbar, ou mais precisamente, para  prejudicar as imagens de suas vítimas.


Numa decisão, proferida pela 3ª Vara Criminal Federal da justiça do Estado de São Paulo, condenando o tal perturbador há 8 anos de prisão, de pronto, e em nome da liberdade de expressão artística, vários humoristas estão se considerando vítimas de censura. Chega de libertinagem, isto sim.


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Narciso Mendes