Se o ex-presidente Jair Bolsonaro não sabotá-lo, Tarcísio de Freitas disputará a presidência da nossa República
Entre os pré-candidatos oposicionistas dispostos a enfrentar a candidatura do presidente Lula nas eleições de 2026, a não ser que aconteça uma reviravolta, Tarcísio de Freitas, atual governador do Estado de São Paulo, seria o osso, e bastante duro, que o presidente Lula terá que roer. Do contrário, não obterá o seu ambicionado 4º mandato presidencial.
E o que vem prejudicando a candidatura do próprio Tarcísio de Freitas? Ninguém menos que o ex-presidente Jair Bolsonaro. Neste caso, não estamos a tratar de uma traição que comumente acontece na nossa atividade política, qual seja, a da criatura se voltar contra o seu próprio criador, neste caso, a do criador que se voltar contra uma das suas próprias crias.
Cria por cria, entre Tarcísio de Freitas e a crias de sua própria família, Jair Bolsonaro optará por uma candidatura que tenha “Bolsonaro” em seu sobrenome. A provar que sim, todos os seus filhos encontram-se comodamente pendurados no poder.
Não fosse por isto e encontrando-se inelegível, o próprio Jair Bolsonaro já teria entrado, de corpo e alma, em favor da candidatura Tarcísio de Freitas. Daí a pergunta que não pode calar. E por que não?
Por certo, o próprio Tarcísio de Freitas gostaria de superar o dilema que está vivendo, mas enquanto o próprio Jair Bolsonaro continua dizendo que ele é a primeira, a segunda e a terceira opção, reportando-se a sua própria candidatura, pela gratidão que diz dever ao próprio Jair Bolsonaro, jamais Tarcísio de Freitas porá um único tijolo em prol da candidatura presidencial.
Como para o bom entendedor meia palavra basta, os recorrentes devaneios do próprio Jair Bolsonaro não dão segurança ao próprio Tarcísio de Freitas para sequer admitir que poderá se candidatar a nossa presidência e isto a tempo dele se desincompatibilizar do seu atual mandato, até porque, passado o mês de abril de 2026, caso ele se mantenha como governador, Tarcísio de Freitas se tornará inelegível para disputá-la.
Em isto acontecendo, ou mais precisamente, com Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas tornados inelegíveis, o desejado pelos demais pré-candidatos oposicionistas, a se destacar: Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Ratinho Junior, qual destes o ex-presidente Jair Bolsonaro viria apoiar? Nenhum, afinal de contas nenhum deles faz parte da sua familiocracia, ou seja, carrega o “Bolsonaro” em seu sobrenome.
Como não sou lulista e muito menos bolsonarista, sou sim, contrário a nossa odiosa e presente polarização política, ainda mais, pelo caráter personalista que tomou conta do nosso país, se o preço a pagar para que a mesma chegasse ao fim, o ideal seria que o nome de ambos não viessem contar nas urnas eletrônicas das eleições de 2026.