Um policial civil do Amapá foi demitido após ser acusado de estuprar uma detenta durante o cumprimento de suas funções. A decisão foi publicada em 5 de junho, após investigação da Corregedoria da Polícia Civil e do Ministério Público do Estado.
O caso aconteceu em 24 de maio de 2023. A vítima havia sido presa em flagrante por tráfico de drogas e estava custodiada no Ciosp do Marabaixo, em Macapá. O agente Patrick Thiago Cardoso dos Santos Ruffeil, de 39 anos, foi designado para levá-la à Politec para exame de corpo de delito.
Segundo o Ministério Público, no retorno, o policial desviou o trajeto e levou a presa até sua casa, na zona norte da capital. Lá, ainda sob custódia e diante de um agente armado, a mulher afirma ter sido forçada a manter relações sexuais. Ela relatou que pediu para ele parar, alegando dor, mas foi ignorada. Após o abuso, foi instruída a tomar banho e, em seguida, levada de volta ao Ciosp.
A denúncia só foi feita após a vítima ser libertada, incentivada por seu companheiro. Na delegacia, ela descreveu com precisão o interior da casa do policial e mostrou provas de que ele tentou contato posterior, inclusive por redes sociais.
Ruffeil negou as acusações, alegando que apenas passou em casa para pegar absorventes e que a detenta nunca entrou no imóvel. No entanto, as investigações revelaram contradições, como a tentativa da esposa do policial, também agente, de fornecer álibi falso — desmentido por perícia de geolocalização.
Apesar de inicialmente tentar se retratar, a vítima foi considerada emocionalmente abalada, conforme laudo psicológico. A denúncia do MP classifica o crime como “estupro de vulnerável mediante impossibilidade de resistência”. O processo criminal segue em andamento.
A demissão de Patrick Ruffeil foi oficializada pelo governador Clécio Luís (SD).