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Entre duas artilharias

Foto: Jardy Lopes

O senador Alan Rick (UB), que até aqui liderou todas as pesquisas para o governo – vai enfrentar a eleição mais difícil da sua vida, pois terá pela frente duas máquinas poderosas trabalhando contra a sua candidatura: governador Gladson, a vice-governadora Mailza Assis (em abril de 2026 assume o governo), com a estrutura estatal; e, o prefeito Tião Bocalom com a prefeitura de Rio Branco. Sem falar na maioria esmagadora dos prefeitos, deputados federais e deputados estaduais. Na última eleição para a PMRB, o esquema funcionou, tirou Tião Bocalom de uma derrota que caminhava como certa, para uma vitória no primeiro turno. Quando o eleitor quer votar num nome, é como água morro abaixo, ninguém segura. Mas no Acre, com um eleitor em maioria viciado em votar por favores ou pelo emprego que tem, nunca se deve subestimar o peso da máquina do governo e da máquina da prefeitura da capital. A eleição do próximo ano tende a ser uma das mais acirradas do próximo ano, onde tudo pode acontecer. Só deve clarear quem vai aparecer com maior chance de vitória, quando saírem as pesquisas do segundo semestre de 2026, época em que as campanhas até lá estarão nas ruas. Até lá, cautela e caldo de galinha. É cedo, muito cedo, para previsões.


TURMA AMALUCADA


A família Bolsonaro e os seus aliados da extrema-direita são politicamente amalucados, ao imaginar que tramando com o Trump para impor uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros, faria com que o STF recuasse no julgamento do Bolsonaro, por tentar um golpe de estado. É muita ingenuidade. Ontem, a Procuradoria Geral da República fez a sua vez e pediu ao STF a condenação de Bolsonaro e mais sete integrantes da turma golpista, incluindo, os militares de alta patente. É zero a influência do Trump na justiça brasileira. O processo segue célere.


TIRO NO PÉ


Sem falar que na armação Bolsonaros\Trump para aplicar um tarifaço no governo do Lula, longe de lhe prejudicar, lhe deu uma bandeira no pior momento da sua gestão; porque a medida do Trump vai atingir em cheio o empresariado brasileiro, dando um mote para o Lula navegar e culpar o Bolsonaro pelos prejuízos que virão para a indústria e agronegócio. Foi um tiro no pé.


VÃO CHEGAR POR AQUI


As investigações no STF sobre a má aplicação de emendas parlamentares devem chegar por estas bandas. Os recursos foram usados para bancar as campanhas de muitos prefeitos pelo Brasil afora, e o Acre não seria exceção. Podem apostar nisso.


TODOS COMPLICADOS


MDB-PODEMOS-Federação do PT/PSDB/PSD – nenhum desses partidos conseguiu até aqui montar o esboço de uma boa chapa de candidatos a deputados federais. Cada partido pode lançar nove nomes. E tem um complicador: na chapa terá que ter três mulheres de votos, o que não é fácil de achar. Apenas a Federação PP-União Brasil tem uma chapa pronta para a Câmara Federal.


NÃO TIREM DE TEMPO


Ao elaborarem suas listas sobre quem tem chance de se eleger deputado federal, não tire o nome do ex-prefeito Mazinho Serafim do jogo. É bom de campanha – já foi deputado, prefeito, elegeu a mulher deputada federal – e está bem estruturado financeiramente para buscar votos.


COISA RARA


No Acre, geralmente, os partidos têm os seus donos, que são aqueles que decidem com um grito o rumo político. Um partido que foge a esta regra é o MDB, tudo lá é discutido na chamada mesa azul pelos cabeças brancas da sigla, em meio a muita discussão.


DECANO RESPEITÁVEL


Quem está deixando a direção do diretório municipal do MDB é o ex-deputado Chagas Romão, um político do bem. Teve seis mandatos ininterruptos na ALEAC, sempre pelo MDB, sem uma nódoa. No seu lugar vai assumir o ex-prefeito Marcus Alexandre, que é da nova geração.


ÚNICO A TENTAR


Da atual composição da Assembléia Legislativa, o único a tentar um mandato na Câmara Federal, é o deputado Pedro Longo (PDT). Ao contrário do que muitos pensam, sua campanha está bem articulada, não é de hoje que está sendo trabalhada. Está na disputa com boa chance.


É DO JOGO


Há sim pressão na prefeitura de Rio Branco e no governo contra os que ousam defender a candidatura a governador do senador Alan Rick (UB). Mas isso faz parte do jogo. Se o grupo do Alan estivesse no poder faria o mesmo. Sempre foi e será assim.


NÃO É AMADOR


Ninguém deve se admirar se o presidente da Federação Solidariedade-PRD, deputado Afonso Fernandes, conseguir montar chapas competitivas para deputado federal e deputado estadual. Afonso não é amador. Conhece como poucos a arte de montar chapas proporcionais.


QUALQUER CENÁRIO


Em qualquer cenário político da sucessão estadual do próximo ano, quem deve ganhar é a direita. A eleição vai ficar polarizada entre o senador Alan Rick (UB) e a vice-governadora Mailza Assis (PP). Não creio que uma candidatura do campo da esquerda ameace os dois favoritos na disputa do governo.


SE MUITO CONSEGUIR


E na disputa proporcional, o PT e seus aliados da Federação o máximo que podem conseguir na eleição do próximo ano, será eleger um deputado estadual. E, se dando por satisfeitos.


DISPUTA COM CHANCE


Dentro do campo da esquerda, o único que vai disputar a eleição com chance, é o ex-senador Jorge Viana (PT), que vai brigar por uma das duas vagas do Senado, numa campanha embolada, repleta de candidaturas fortes.


COMPASSO DE ESPERA


O senador Sérgio Petecão (PSD) não se mostra apressado em fazer aliança com um candidato ao governo. Quer ver primeiro como é que estará o cenário no início do próximo ano, que é quando as composições começarão a acontecer. Muita coisa pode ocorrer até lá. Como dizia o saudoso ex-senador Jorge Kalume: “Na política do Acre, não se pode fazer previsão antes de 24 horas para o dia da votação”.


PARA REFLEXÃO


“O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria se aprende com a vida e com os humildes”. Poetisa Cora Coralina.


POR BAIXO


Encontrei ontem um amigo que é deputado, e fiz a pergunta: “Quanto você acha que um candidato a deputado tem que ter para fazer uma campanha razoável”? Resposta: “Se tiver no mandado, que já dá uma boa estrutura, uma média de 2 milhões de reais. Para um candidato novo, sem mandato e sem estrutura, em torno de 3 milhões, para entrar na disputa”. Pela sua avaliação, quem estiver liso nem entre que vai para a balsa.


PESOS PESADOS


Quem pensar em disputar um mandato de deputado estadual pela Federação PP-União Brasil, tem que ficar sabendo que entrará na chapa da morte. Só do PP virão quatro pesos pesados: os deputados Manoel Moraes, Nicolau Júnior, Maria Antônia e José Bestene. Não tem amador.


VAI VIRAR MANTRA


Pelo andar da carruagem parece que vai virar mantra na eleição do próximo ano, marido lançar a mulher de laranja como candidata a deputada federal para usar o Fundo Eleitoral na sua campanha a deputada estadual. Ou vice e versa. Pode acabar em BO se a mulher obtiver uma baixa votação.


FRASE MARCANTE


“A COP virou um balcão de negócios de corporações. Se fosse, passaria vergonha ou raiva.” Do líder indígena, escritor e da Academia de Letras, Ailton Krenak, ao justificar não ir à reunião ambientalista marcada para Belém do Pará.


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