Foto: Whidy Melo/ac24horas
Durante a manhã desta segunda-feira, 14, o prédio do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), localizado na Rua Coronel Fontenele de Castro, no bairro Estação Experimental, em Rio Branco, recebeu reforço de segurança com a presença de uma viatura do Grupo de Operações Especiais (GEPOI), unidade de elite da Polícia Penal. A medida foi adotada como precaução diante da manifestação organizada por familiares de detentos do sistema prisional do estado.
O protesto, iniciado ainda nas primeiras horas do dia, reuniu mães, esposas, filhos e outros parentes de apenados das unidades Francisco de Oliveira Conde, Antônio Amaro e Alamanda. Os manifestantes bloquearam ruas próximas ao Iapen e interditaram trechos importantes da região, como as ruas Coronel Fontenele de Castro, Boa Esperança, Nações Unidas e partes da Avenida Ceará, afetando o trânsito, que já vem sofrendo com obras na região da AABB.
Entre as reivindicações estão o retorno das visitas, melhorias na alimentação e mudanças nas restrições impostas após a rebelião ocorrida no presídio Francisco de Oliveira Conde (FOC). A manifestação chegou a ter momentos de tensão, com ânimos exaltados e tentativas de obstrução total do tráfego de veículos, inclusive impedindo a passagem de ônibus e causando congestionamentos.
Em meio à manifestação de familiares de detentos realizada nesta segunda-feira, 14, em Rio Branco, o presidente do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), Marcos Frank, se pronunciou, em entrevista ao ac24horas, sobre os questionamentos apresentados pelos manifestantes.
Foto: Whidy Melo/ac24horas
Segundo ele, o órgão não recebeu uma pauta formal do protesto, mas reconheceu que houve reuniões anteriores com familiares, nas quais foram apresentadas demandas relacionadas à visitação. “Naquela oportunidade, consideramos o pleito válido e fizemos algumas alterações com respeito ao direito de visitação, permitindo que pessoas antes impedidas pudessem exercer esse direito”, afirmou.
Frank também comentou sobre a exigência de comprovação de vínculo formal para visitas conjugais. “Com a edição da nova portaria, é necessário comprovar o vínculo marital, o que pode ser feito de diversas formas. Nossa intenção com isso é combater justamente a prostituição que era exercida dentro das unidades penitenciárias. Tentamos evitar a suposta visita de ‘amigas’ que, por vezes, poderia ser um caso de prostituição”, declarou.
O presidente explicou que o agendamento via e-mail foi adotado por questões administrativas e que, em relação à alimentação, houve melhorias após fiscalizações. Sobre as restrições à entrada de cadernos, afirmou que o presídio segue um regime diferenciado, onde missivas e outros materiais estão vetados por questões de segurança.
Segundo o presidente, reuniões com representantes das famílias já foram propostas, mas não avançaram. “Queriam ser recebidas em número maior, com uma representante de facção por presídio, e isso não aceitamos de forma alguma. Seria uma forma de institucionalizar o crime organizado”, afirmou.