Presidente francês Emmanuel Macron em Nice • Laurent Cipriani/Pool via REUTERS
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou neste sábado (12) que a União Europeia deve se preparar para retaliar os Estados Unidos com contramedidas às tarifas de Donald Trump.
“Com a unidade europeia, cabe mais do que nunca à Comissão afirmar a determinação da UE em defender resolutamente os interesses europeus”, disse o presidente francês, no X (antigo Twitter).
“Em particular, isso implica acelerar a preparação de contramedidas confiáveis, mobilizando todos os instrumentos à sua disposição, incluindo medidas anticoercitivas, caso nenhum acordo seja alcançado até 1º de agosto”, acrescentou.
Mais cedo neste sábado, Donald Trump anunciou tarifas de 30% à União Europeia e ao México, com início previsto para 1º de agosto. O Republicano disse que espera um acordo comercial até lá para a taxação não entrar em vigor.
“Tivemos anos para discutir a nossa relação comercial com a União Europeia e concluímos que devemos nos afastar destes déficits comerciais de longo prazo, grandes e persistentes, gerados pelas suas políticas tarifárias e não tarifárias e barreiras comerciais. Infelizmente, a nossa relação tem estado longe de ser recíproca”, declarou.
Além disso, Trump instou a UE a permitir “acesso total e aberto ao mercado dos Estados Unidos sem que nenhuma tarifa seja cobrada”, para reduzir a disparidade que existe entre as importações e exportações.
Em resposta, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, afirmou que o bloco não hesitará em adotar “contramedidas necessárias” em reação às tarifas anunciadas por Trump.
“Tomaremos todas as medidas necessárias para salvaguardar os interesses da União Europeia, incluindo a adoção de contramedidas proporcionais, se necessário”, disse.
Macron endossou a postura da líder da Comissão e afirmou que “a França compartilha a mesma forte desaprovação com o anúncio”. Ainda assim, o presidente francês disse que espera avanço nas negociações entre as partes para que haja consenso.
“A França apoia totalmente a Comissão Europeia nas negociações, que agora se intensificarão, para chegar a um acordo mutuamente aceitável até 1º de agosto, refletindo o respeito que parceiros comerciais como a União Europeia e os Estados Unidos devem uns aos outros, com seus interesses compartilhados e cadeias de valor integradas”, declarou.