Balança comercial do Acre cresce 22% e exportações alcançam US$ 57,9 milhões no 1° semestre de 2025

Por
Orlando Sabino

O valor da balança comercial do Acre com o mercado internacional, no primeiro semestre de 2025, foi de US$ 56 milhões, representando um crescimento de 22% em relação ao mesmo período de 2024 (US$ 46 milhões). Esse resultado é fruto de um total de US$ 57,9 milhões em exportações, deduzido de um total importado de US$ 1,8 milhão. As exportações cresceram 19,1%, enquanto as importações apresentaram queda de 30,5%.


O crescimento das exportações do Acre (19,1%) foi o segundo maior entre os estados brasileiros no período, ficando atrás apenas do Ceará, que registrou alta de 82,1%.


Na tabela a seguir constam os valores e as quantidades das exportações, importações e o saldo da balança comercial do Acre no primeiro semestre de 2024 e 2025.


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Soja e carnes lideram exportações do Acre no primeiro semestre de 2025


Nos seis primeiros meses do ano, as exportações acreanas foram lideradas pela soja (34,9%), seguida pela carne bovina (24,7%), castanha (15,6%), carne suína (14,3%) e madeira (3,8%).


No mês de junho, as exportações totalizaram US$ 5,53 milhões, puxadas pela soja (30,1%), carne bovina (27,4%), carne suína (20,4%), castanha (11%) e madeira (7,6%).


O cenário futuro para as exportações acreanas aponta para uma redução na participação da soja e da castanha, devido ao encerramento das safras. Por outro lado, espera-se um aumento na participação das carnes bovina e suína.


Os principais destinos das exportações acreanas no primeiro semestre de 2025 foram: Peru (28,9%), Espanha (9,3%), Turquia (9,1%), China (8,1%), Emirados Árabes Unidos (5,6%), Hong Kong (5,5%) e Itália (5,1%).


As principais alfândegas utilizadas para o escoamento das exportações foram: Porto de Manaus — principalmente para soja e madeira (37,9%); Assis Brasil — com destaque para carne suína e castanha (29,1%); e Porto de Santos — predominando a carne bovina (20,1%).


Nas tabelas a seguir constam os valores das exportações acreanas por grupos de produtos no primeiro semestre de 2025 e no mês de junho do mesmo ano.


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Mercado internacional paga mais por carne suína, madeira e castanha do Acre em 2025


Quanto aos preços pagos pelo mercado internacional pelos produtos acreanos, verifica-se uma leve queda nos preços médios da carne bovina desossada e congelada, cujo valor por quilograma foi de US$ 4,20 em 2025, contra US$ 4,30 pagos, em média, em 2024 — uma pequena redução de 2,7%. A soja também apresentou uma queda nos preços médios, de 9,9%, passando de US$ 0,42 para US$ 0,37 por quilograma.


Por outro lado, a carne suína congelada teve um aumento no preço médio, passando de US$ 2,83 para US$ 3,11 por quilograma, o que representa um crescimento de 10% na comparação entre os períodos.


Destaques positivos também foram registrados nas madeiras tropicais serradas e cortadas em folhas, com crescimento de 35,5% no preço médio; na castanha com casca, com alta de 121,4%; e na castanha sem casca, com aumento de 74,4%.


Na tabela a seguir constam os preços médios pagos por alguns produtos selecionados, obtidos pela divisão do valor total (em US$ FOB) pela quantidade exportada (em quilogramas). Esse cálculo busca captar o comportamento médio dos preços dos principais produtos exportados. Os preços são um fator fundamental e determinante para a decisão dos exportadores sobre a safra atual e, principalmente, para o planejamento de suas estratégias futuras de exportação.


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A análise dos preços médios de alguns produtos exportados pelo Acre em 2025 revela um cenário de contrastes, com leves quedas nos valores pagos por commodities tradicionais, como a soja e a carne bovina, e elevação expressiva nos preços de itens como castanha, carne suína e madeira tropical. Essas oscilações refletem a dinâmica do mercado internacional e têm impacto direto nas decisões dos produtores e exportadores locais.


A valorização de produtos com maior valor agregado, como a castanha sem casca e a madeira serrada, sinaliza oportunidades para o fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis e diversificadas. Ao mesmo tempo, é preciso estar atento aos preços nos mercados da soja e da carne bovina. Um bom planejamento estratégico deverá garantir a competitividade desses setores nos próximos ciclos.


Com base nesses indicadores, fica evidente a importância de monitorar continuamente os preços internacionais e ajustar as estratégias de produção e comercialização. A capacidade de resposta do setor exportador acreano será determinante para manter o desempenho positivo da balança comercial do estado nos próximos períodos.



Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas


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Orlando Sabino