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Profissionais da Saúde Indígena denunciam precariedade em polos de Roraima

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Servidores que atuam nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) Yanomami e Leste, em Roraima, denunciam a persistência de condições precárias de trabalho, mesmo após decisão da Justiça do Trabalho que reconheceu o direito à escala de 30 dias de trabalho por 30 dias de descanso. De acordo com relatos, o intervalo de descanso continua sendo reduzido para apenas 15 dias, descumprindo a sentença da 1ª Vara do Trabalho de Boa Vista.


As denúncias, divulgadas pela Folha de Boa Vista, também destacam o agravamento das condições logísticas e estruturais nos polos base e subpolos, que dão suporte à atenção à saúde indígena em regiões remotas da Amazônia. Um dos principais problemas relatados é a logística aérea: apesar do repasse de cerca de R$ 170 milhões do governo federal para garantir a operação de três helicópteros, profissionais afirmam que apenas uma aeronave tem sido utilizada regularmente há mais de um ano.


Essa limitação impacta diretamente o transporte de equipes de saúde, forças de segurança, pacientes em situação crítica e suprimentos médicos, além de gerar extravio de bagagens e atrasos nos deslocamentos. A região atendida pelo DSEI Yanomami, por exemplo, abrange comunidades isoladas em áreas de difícil acesso, muitas delas só alcançadas por via aérea.

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Outro ponto crítico é a infraestrutura dos polos de atendimento. Profissionais relatam a ausência de saneamento básico, água encanada e banheiros adequados em diversas unidades. Em alguns locais, a única fonte de água é a coleta da chuva, e a energia elétrica depende de geradores com funcionamento limitado. A precariedade afeta não apenas a rotina de trabalho dos profissionais, mas também compromete o atendimento às populações indígenas, já fragilizadas por crises humanitárias e sanitárias.


Em fevereiro de 2023, o governo federal decretou emergência em saúde pública para enfrentar a crise entre os povos Yanomami, marcada por desnutrição, malária e avanço do garimpo ilegal. Apesar de ações emergenciais e do reforço de equipes multidisciplinares, trabalhadores relatam que os avanços têm sido pontuais e que a precariedade persiste de forma estrutural.


Sindicatos e entidades de apoio aos trabalhadores da saúde indígena cobram o cumprimento imediato da sentença judicial, reforço logístico efetivo e melhores condições de trabalho nos territórios atendidos pelos DSEIs em Roraima.


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