Diante das declarações feitas pelo prefeito de Tarauacá, Rodrigo Damasceno, sobre a condução do consórcio de saneamento que visa atender os 22 municípios do Acre, o presidente da Associação dos Municípios do Acre (Amac) e prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, prestou esclarecimentos a respeito do atual estágio da proposta.
De acordo com Bocalom, a iniciativa não está paralisada. Ao contrário, foi ampliada e ganhou nova configuração institucional. Em reunião recente com a presença de prefeitos acreanos, foi decidido que o Governo do Estado assumiria a liderança do processo, com o objetivo de integrar os serviços de gestão de resíduos sólidos, esgotamento sanitário e abastecimento de água.
“Batemos martelo na última reunião dos prefeitos: quem vai tomar conta disso daqui agora é o governo do Estado. E o governo não vai fazer um estudo só para lixo, mas para lixo, esgoto e água no estado inteiro. O projeto será ampliado e agora o governo nos ajudará com isso, estando à frente”, afirmou Bocalom. Segundo ele, a nova estrutura permitirá uma abordagem mais ampla, técnica e eficiente para resolver os desafios históricos do setor no Acre.
O prefeito também destacou que a entrada do Governo do Estado no consórcio está sendo formalizada, com a assinatura de documento pelo secretário de Planejamento, coronel Ricardo Brandão. “Já temos, inclusive, uma ata a ser assinada pelo coronel Ricardo, onde mostra que o Estado está participando do processo. O Estado foi puxado para dentro para ajudar a cuidar dos municípios todos — só que agora vai ser água, esgoto e lixo. Não vai ficar só no lixo, gastando milhões de reais. Afinal, no futuro, saberemos que alguém teria de pagar essa conta”, reforçou.
A decisão de incluir o Estado como protagonista da proposta foi tomada em consenso entre os prefeitos, diante da constatação de que a estrutura anterior do consórcio poderia gerar impactos financeiros relevantes no futuro, sem garantir a abrangência e a eficiência desejadas. Para Bocalom, é fundamental que os investimentos na área sejam planejados com responsabilidade fiscal, técnica e jurídica, especialmente considerando que os serviços de saneamento envolvem altos custos operacionais e contratos de longo prazo.
Sobre as críticas quanto à suposta motivação política, o prefeito de Rio Branco foi categórico ao negar qualquer intenção de disputa. “Não estamos aqui para disputar protagonismo. Estamos aqui para resolver os problemas dos municípios. Por isso o Estado está assumindo a frente agora, junto com todos nós. Não quero estar à frente e isso por si só já é prova disso: quero o problema resolvido”, declarou.
A reformulação do projeto, agora sob coordenação do Estado e com apoio da Amac, será oficializada nos próximos dias. O novo modelo visa garantir maior segurança institucional aos municípios e ampliar a capacidade de captação de recursos junto ao Governo Federal, com base em projetos estruturados e sustentáveis. Com isso, os 22 municípios do Acre seguem unidos em torno de um objetivo comum: oferecer soluções definitivas para o saneamento básico no estado.