Disputa interna por articulador pode gerar desgastes entre governo e prefeitura

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Da redação ac24horas

Na edição desta sexta-feira, 27, do programa Boa Conversa, apresentado pelo jornalista Marcos Venícios, os bastidores da política acreana foram analisados com os comentários de Astério Moreira e Luís Carlos Moreira Jorge, o Crica. Entre tréguas, articulações e velhos embates, o cenário político local segue agitado.


O programa abriu falando sobre o encontro do prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom com a vice-governadora Mailza Assis (Progressistas). Os comentários foram unânimes em apontar que a vice não ganhou nada com o encontro.


“Foi encontro do seis com a meia dúzia não resolveram absolutamente nada, a Mailza é candidata ao Governo e o Bocalom é o candidato stand-by esperando que a Mailza não decole nas pesquisas. A Mailza me passa um pouco de ingenuidade,o que ela ganhou em fazer essa visita ao Bocalom? Ela ganharia se após o encontro Bocalom reunisse a imprensa e anunciasse apoio a candidatura de Mailza, mas isso não ocorreu. Ele vai continuar torcendo para que ela não decole nas pesquisas”, pontuou Crica.


“Eu acho que é cedo pro Bocalom e a Mailza chegarem numa definição faltando tanto tempo para eleições. Eu não tenho dúvida que o Bocalom irá com a Mailza se ela for candidata e a mesma coisa com Mailza com Bocalom, eles não vão apoiar o Alan”, pontuou Astério Moreira.


Enquanto isso, o prefeito Tião Bocalom e o deputado estadual Nicolau Junior seguem “comendo pelas beiradas”, segundo o jornalista Marcos Venicius, em referência ao movimento discreto, mas contínuo, que ambos fazem para consolidar força de olho no pleito do ano que vem.“Todo mundo é candidato nessa fase e ele [Gladson] não pode declarar apoio a ninguém. O que a Mailza queria era que o Gladson empoderasse ela, isso conseguiu. A Mailza já saiu de 1% para 12% e isso tem favorecido falta mais de um ano e pode chegar numa posição de empate técnico no decorrer do próximo ano”, avaliou Astério Moreira.


“A Mailza não tá fazendo compromisso com ninguém e eu acho ela tímida nessa pré-campanha ela teria que tá correndo mais, mas ela conseguiu sair daquele círculo dos evangelicos”, avaliou Crica.


Na seara nacional, o senador Márcio Bittar celebrou nas redes sociais a nova pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas que mostra Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro vencendo Lula em cenários distintos para 2026. “Bittar joga todas as fichas na volta de Bolsonaro”, comentou Astério.


Além disso, os comentaristas abordaram o sinal de paz no Partido dos Trabalhadores. A desistência de Cesário Braga da disputa interna aliviou a tensão dentro da sigla. Com isso, o nome do do vereador André Kamai, mesmo negando interesse, é apontado como provável nome de consenso para seguir à frente do partido. “O que o André Kamai vai fazer o que Cesário não faria? Foi uma questão pessoal do Jorge Viana. A Dilma caiu lá e teve um impacto no governo aqui. Foi um reflexo que deu aqui”, afirmou Crica.


“O Cesário não pode carregar sozinho essa cruz de 2018 para ele. Já tinha um desgaste muito grande, o desgaste nacional, chegou aqui”, avaliou Astério.


“Eu queria ver essa ira do JV com o irmão que avalizou a chapa, o Jorge não cita o irmão. Se você pensar que ser deputado na época da Dilma foi um desgaste muito grande até hoje, o César Messias não voltou”, pontuou Marcos Venicius.


Crica foi direto ao ponto: “O MDB vive de um sonho: a filiação de Alan Rick.” Para o comentarista, o partido busca um nome de peso para 2026 e vê no senador um trunfo eleitoral.


“É um sonho do MDB, que teria um candidato próprio, o Alan traria nomes para disputar na chapa de federal. O Alan disse que não prometeu, mas eu ouvi de gente do MDB que disse que houve essa promessa. Depois teve o Petecão, que convidou o Alan, mas disse que a presidente do partido era dele”, afirmou Crica.


“Eu não acredito que o Alan teria dito que se filiasse ao MDB e os grupos ali estão com interesses particulares. O MDB não tem um federal para apoiar, o PSD tem mais estrutura”, pontuou Astério Moreira.


Outro destaque do programa foi a confirmação da filiação da ex-deputada federal Mara Rocha, ao Republicanos. O ato está marcado para o próximo dia 10 de julho e deve consolidar sua pré-candidatura em 2026 ao Senado, com apoio direto de Alan Rick.


“Essa questão do Mara tá programada para se filiar em Brasília e depois aqui, o Duarte tem atuado como articulador dela e do Alan”, afirmou Astério Moreira.


Encerrando o noticiário, Bocalom participou de solenidade pelos 50 anos do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE/AC), onde voltou a defender o voto impresso. Em tom nostálgico, afirmou que “confia na urna, mas confia mais ainda no papel”, arrancando risos de parte da plateia.


“O Bocalom perdeu a oportunidade de ifcar calado, não existe indicio ou prova, que as urnas eletrônicas não são confiáveis. Ele foi eleito pelo voto, mas porque ele não disse que queria contestar, o Bocalom é de extrema-direita, deve ter um retrato do Bolsonaro e acende uma vela. Hoje, você contestar a lisura das eletrônicas é que nem dizer que a terra é plana”, pontuou Crica.


Os comentaristas abordaram o convite que Márcio Pereira recebeu do prefeito Tião Bocalom (PL) para assumir a articulação política na Câmara. Atualmente, ele ocupa a secretaria adjunta de Governo do Acre.


“O Marcio foi convidado pelo Bocalom para assumir a articulação política, o Márcio foi consultar o Calixto e ouviu dele que por ele, que o Márcio não deveria sair, ele foi chamado pela Mailza e ouviu o pedido para não sair, ele conversou com o Gladson e disse: ‘vai’ é um rapaz que sabe articular, conhece de campanha, seria melhor articulador que o Jonathan, ele aceitar quer dizer que tá dispensando o Governo e o Bocalom quer ser candidato a governador. A tendência do Marcio Pereira me parece que é a de aceitar. Ele tá saindo de uma calmaria para apanhar da oposição”, afirmou Crica.


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