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A pneumologista Célia Rocha fez um apelo nas redes sociais nesta quarta-feira (25) sobre a baixa cobertura vacinal no Brasil e o aumento de casos gripais desde abril. Segundo a médica acreana, a combinação entre vírus mais agressivos e a queda nas taxas de vacinação está contribuindo para o agravamento do cenário respiratório em diversas regiões do país.
“As pessoas estão gripando mais. Isso se deve, primeiro, a vírus mais agressivos — que sofrem mutações e se tornam mais resistentes — e, segundo, à baixa cobertura vacinal. Hoje, no Brasil, apenas 35% da população está vacinada contra a gripe, quando o ideal seria 90%”, alertou a médica.
Rocha criticou a desinformação e a influência de campanhas contrárias à vacinação que, segundo ela, afastaram parte da população da imunização regular. “Antes da pandemia, todos se vacinavam. Hoje, por causa de informações erradas e de conselhos de leigos, muita gente deixou de se proteger. A vacina continua sendo uma excelente forma de defesa”, enfatizou.
Vacinar-se anualmente é essencial.
A médica reforça que os vírus respiratórios, como o da influenza, mudam a cada ano, tornando indispensável a atualização da vacina. “O vírus da gripe do ano passado não é o mesmo de hoje. Está mais agressivo e, por isso, mais perigoso — principalmente para pessoas com comorbidades como asma, rinite, doenças cardíacas, DPOC, diabetes ou imunossupressão”, explicou.
Célia também rebate um mito comum. “Ouço muita gente dizer que tomou a vacina da gripe e mesmo assim ficou gripada. A vacina não impede totalmente que a pessoa contraia o vírus, mas evita formas graves da doença. É ela que reduz as internações, a síndrome respiratória aguda grave, a pneumonia e até os óbitos.”
Hospitais cheios e inverno preocupante
De acordo com a pneumologista, os hospitais em diversas regiões do Brasil — especialmente no Sul e Sudeste — já enfrentam superlotação por conta das doenças respiratórias. A chegada do inverno, com queda de temperaturas, favorece ainda mais a propagação viral.
“Os óbitos estão altos e a disseminação é geral. É preciso reforçar a vacinação agora, não apenas para quem tem doenças crônicas, mas também para bebês, crianças e idosos”, completou.
Vacinas da gripe e da Covid podem ser aplicadas juntas
Célia também fez questão de esclarecer uma dúvida comum entre os pacientes. “A vacina da gripe não é a mesma da Covid. São vacinas distintas, com finalidades diferentes, mas que podem — e devem — ser tomadas no mesmo dia, sem problema algum. Eu mesma tomei as duas no mesmo horário.”
Por fim, a médica reforça o papel da educação em saúde e da prevenção como medidas fundamentais para conter o avanço das doenças respiratórias no país. “A prevenção ainda é nosso maior remédio. Vacinar-se é proteger a si mesmo e aos outros. Não podemos nos guiar por informações erradas de pessoas que não têm formação científica. É hora de confiar na medicina, nos profissionais e nos dados”, concluiu.