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Com salto de 26%, exportações acreanas têm segundo maior crescimento do Brasil

Foto: Reprodução

As exportações acreanas atingiram US$ 52,4 milhões nos primeiros cinco meses do ano (janeiro a maio de 2025), superando em 26% o valor exportado no mesmo período de 2024 (US$ 41,6 milhões). Com esse resultado, o Acre figura como o segundo maior crescimento entre os estados da federação.


No gráfico a seguir, destacam-se os seis maiores crescimentos no período, considerando os estados brasileiros.



A seguir, destaca-se a movimentação dos principais grupos de produtos exportados pelo Acre nesse período, com foco, principalmente, na variação dos preços de um ano para o outro e nas perspectivas para os próximos meses do ano de 2025, tendo como fonte os dados do MINDIC – Secretaria de Comércio Exterior – Secex.


Soja ainda lidera exportações do Acre, mas registra queda em valor e volume


Até maio de 2025, a soja representou 35,7% do total das exportações acreanas. Tanto o valor quanto o volume exportado ficaram abaixo dos verificados no mesmo período de 2024. Essa queda pode ser explicada pela redução no preço pago pelos importadores em 2025, que ficou, em média, 9,7% abaixo do valor registrado em 2024, conforme demonstram os dados apresentados na tabela a seguir.


Em 2024, as exportações de soja do Acre ocorreram entre fevereiro e julho, com maior concentração nos meses de março, abril e maio. Caso o mesmo padrão se repita em 2025, é provável que haja uma perda de participação do produto a partir de junho.


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Com queda da soja, carne bovina deve liderar exportações acreanas em 2025


As exportações de carne bovina representaram, até maio de 2025, 26,9% do total, sendo o segundo maior grupo em termos de valor e quantidade exportados.


Embora, no período analisado, não constem exportações de carne desossada resfriada e de outros bovinos domésticos — produtos não presentes até maio de 2024 —, presume-se que essas exportações tenham ocorrido após maio de 2024, o que impossibilita uma análise completa da performance geral do grupo.


No entanto, para os itens passíveis de comparação, observa-se um crescimento de 9,8% no preço dos miúdos e uma pequena queda de 2,1% nos preços da carne desossada congelada.


Diante do esgotamento das exportações de soja, é provável que a carne bovina encerre o ano como o segmento de maior expressividade nas exportações acreanas em 2025. As expectativas do mercado mundial para a carne brasileira permanecem em alta.



Exportações de castanha revelam força da floresta à indústria no Acre


Na análise das exportações de castanha, percebe-se o quanto é importante agregar valor às matérias-primas locais. Até maio de 2025, o preço de um quilo de castanha sem casca superou em mais de três vezes o preço da castanha com casca no mercado internacional.


Vale lembrar que a produção de castanha envolve uma ampla cadeia produtiva, que vai desde um grande contingente de pessoas no interior das florestas acreanas até um sofisticado processo de industrialização e comercialização.


As informações sobre valores e quantidades exportadas estão detalhadas na tabela abaixo.


Devido à alta valorização da castanha no mercado internacional — com um crescimento de até 133,2% no preço da castanha com casca —, o produto se tornou o terceiro grupo mais representativo das exportações acreanas em 2025, respondendo por mais de 16% do total exportado.



Suinocultura em alta e setor madeireiro precisa se reinventar


Os grupos da carne suína e da madeira e derivados representaram, respectivamente, 13,6% e 3,1% do valor das exportações acreanas até maio de 2025.


Os preços internacionais desses produtos cresceram de 2024 para 2025: o da carne suína aumentou 9,5%, e o da madeira, 12,2%. A carne suína conseguiu manter-se estável no mercado internacional. Já a madeira, apesar da melhora nos preços, não conseguiu uma recuperação ampla, permanecendo aquém dos níveis de anos anteriores, quando se destacava nas exportações do Acre.


Especialistas afirmam que o cenário de 2025 confirma o Brasil como potência suinícola global, com forte desempenho em volume, valorização da receita e abertura de novos mercados — compensando a retração nas compras da China.


Por outro lado, o setor de madeira tropical exige mudanças estratégicas por parte dos produtores. A retração do mercado consumidor e as exigências ambientais mais rígidas impõem desafios consideráveis ao segmento.



Os preços médios, em dólar por quilograma, dos produtos exportados pelo Acre subiram 21,3% no mercado internacional. Esse aumento nos preços médios mostra que o mundo está disposto a pagar mais pelos produtos do Acre. O momento é propício para valorizar, organizar e qualificar a produção local, com foco na sustentabilidade, rastreabilidade e agregação de valor.



Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas


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