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Pobre democracia.

Por
Narciso Mendes

Qual o país do mundo, verdadeiramente democrático, que em suas Casas Parlamentares, 20 partidos estão presentes?


Nenhum, até porque, para tanto, seria necessário que houvesse igual número de ideologias. São sim, os interesses pessoais de seus integrantes, alguns deles legalmente instituídos, mas desprovidos do mínimo de moralidade. Por exemplo: quando um sujeito se elege graças à legenda de um determinado partido e dele se afasta levando consigo o próprio mandato, o dito cujo deveria ser tratado como um traidor, jamais como alguém que possa merecer o mínimo de confiança, não apenas do ponto de vista político sim e também, em todos os aspectos.


Volto a repetir e trazendo para o debate, dois dos nossos maiores trânsfugas partidários, já que ambos já pertenceram a quase 10 partidos políticos. De quem falo? Do ex-presidente Jair Bolsonaro e do notável Ciro Gomes. Daí a pergunta que não pode calar: como os citados acima conseguiram chegar tão longe, politicamente falando-se?


Nenhuma democracia é perfeita, como bem disse o imortal Winston Churchill, embora seja entre todos os regimes políticos o menos imperfeito entre os muitos regimes vigoram mundo afora, também no nosso país.


Politicamente, a nossa democracia já deu, e ao que nos faz crer, continuará dando os piores exemplos. Lembrando um dos mais destacados deles, aquele que resultou na eleição de Fernando Collor de Melo para presidente da nossa República, isto após mais de 20 anos de um longevo fastio democrático. Para não me alongar, o então candidato Fernando Collor, as últimas horas, filiou-se a um “partideco” apelidado de PRN e derrotou o candidato do PMDB, Ulisses Guimarães, o do PSDB, Mário Covas, o do PDT, Leonel Brizola, e o do PP, Paulo Maluf, entre outros.


Como um raio, segundo a meteorologia, não costuma cair duas vezes no mesmo lugar, nas democracias que menosprezam os seus partidos políticos tudo poderá acontecer, inclusive a repetição dos mesmos erros. A provar que sim, nas eleições 2018, o trânsfuga partidário, Jair Bolsonaro, se filia ao PSL, um “partideco” do naipe do PRN, este já morto e sepultado, embora tenha sido partido que possibilitou a eleição de Fernando Collor.


O mesmo fez Jair Bolsonaro ao filiar-se ao PSL, este também já morto e enterrado no mesmo cemitério para onde são levados os cadáveres dos chamados partidários de ocasião. Quem, no início do presente século, poderia imaginar que o PSDB de Fernando Henrique Cardoso, de Mário Covas, de Franco Montoro, de José Serra, de Geraldo Alckmin, estas em tantas outras importantíssimas figuras do nosso ambiente político, se ainda foi sepultado, isto se deve os protocolos que o seu funeral exigia. Ainda assim, o mesmo não tardará a ser enterrado, e muito provavelmente no mesmo cemitério em que estão enterrados os cadáveres do PRN e do PSL.


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Por
Narciso Mendes