Rio Branco sedia seminário internacional Txai Amazônia, sobre bioeconomia e sociobiodiversidade

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Da redação ac24horas

A capital Rio Branco sedia, de 25 a 28 de junho, o Seminário Internacional Txai Amazônia: Bioeconomia e Sociobiodiversidade como Vetores de Crescimento Econômico na Amazônia. O evento, realizado no Centro de Inovação E-Amazônia da Universidade Federal do Acre (Ufac), reúne lideranças dos nove estados da Amazônia Legal, além de representantes da Bolívia e do Peru, para debater estratégias concretas de valorização da floresta, dos saberes tradicionais e das cadeias produtivas sustentáveis da região.


Com mais de 30 atividades, entre painéis, debates e apresentações culturais, o seminário busca fortalecer políticas públicas, fomentar parcerias e estimular soluções inovadoras baseadas na sociobiodiversidade amazônica. O evento é promovido pelo Instituto SAPIEN, em colaboração com o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), o Governo do Estado do Acre e diversas instituições públicas e privadas.


A proposta do Txai Amazônia é integrar ciência, inovação e tradição como alicerces para o desenvolvimento sustentável. “Não é o que a gente vai fazer, é o que a gente já faz na prática”, destacou Francisca Arara, secretária extraordinária dos Povos Indígenas do Acre. “Os povos indígenas têm essa cultura. Os Yawanawa, por exemplo, têm um projeto de sociobiodiversidade muito consolidado. Os Ashaninka também trabalham isso muito bem. E outros povos seguem construindo seus caminhos com ou sem apoio do governo”, afirmou.


Ela também ressaltou a importância do evento para dar visibilidade às experiências locais. “O Acre tem esse olhar de valorizar cultura, territórios, direitos dos povos indígenas e o conhecimento tradicional. Você não pode tratar de bioeconomia sem esse olhar. O estado tem essa expertise do diálogo, de respeitar os festivais. Ali você está gerando renda, emprego, é recurso chegando nas contas”, pontuou. “Esse fórum é mais um passo importante dentro do nosso plano estadual da sociobioeconomia. Quando levamos essas propostas para pautas nacionais, mostramos que temos experiências concretas e que merecem investimento.”


De acordo com Lucas Varella, presidente do Instituto SAPIEN, o seminário é fruto de pesquisas e oficinas colaborativas realizadas em toda a Amazônia Legal. “A gente quis mostrar para a população do Acre casos de sucesso que deram certo em outros estados e até em outros países, que podem ser replicados aqui. Não é só debate técnico, é também uma mostra viva da bioeconomia, com experiências que funcionam e que podem ser oportunidades reais de negócio”, explicou.


Além da programação técnica, o evento conta com a Mostra Cultural da Bioeconomia, reunindo mais de 160 artistas amazônicos em apresentações de dança, teatro, música e cinema, além de game jam, feira gastronômica e desfile de moda sustentável. Estão expostos ainda produtos inovadores da floresta e da agricultura familiar, com foco em cadeias produtivas sustentáveis.


Outro destaque é a presença de autoridades nacionais e internacionais, como o diplomata João Carlos Parkinson, do Ministério das Relações Exteriores, que atua na coordenação do corredor bioceânico. O projeto é estratégico para o escoamento da produção amazônica e fortalecimento da integração regional com países vizinhos.


A programação inclui sete eixos temáticos, como biodiversidade e saberes indígenas, financiamento para negócios sustentáveis, políticas públicas e clima, além da integração entre ciência e conhecimento ancestral. Ao final do evento, será elaborada uma Carta de Proposições com recomendações estratégicas para influenciar políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável da Amazônia.


A participação no seminário é gratuita e aberta ao público, mediante inscrição no site oficial do evento: www.txaiamazonia.com.br.


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