Projeto ‘Cuidando de quem Cuida’ revela as dores invisíveis de quem salva vidas no Acre

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Da redação ac24horas

Uma experiência pouco comum, mas extremamente necessária, ganhou espaço no Pronto-Socorro de Rio Branco. O projeto de extensão “Cuidando de quem Cuida”, idealizado pela enfermeira e estudante de Psicologia Jonnyka Lima, tem como missão acolher e dar suporte emocional aos profissionais de saúde que, diariamente, lidam com a dor alheia, mas raramente têm espaço para cuidar da própria saúde mental.


A iniciativa, desenvolvida por alunos do 8º período de Psicologia de uma universidade particular da capital, integra a carga horária obrigatória de aulas práticas supervisionadas, mas vai muito além de uma exigência curricular. O olhar atento de Jonnyka, que atua dentro do próprio Pronto-Socorro, foi o ponto de partida para o projeto. “A dor física dos pacientes é visível. A dos profissionais da saúde, quase nunca”, resume ela, ao explicar a motivação por trás da ação.


Durante a atividade, o videomaker Kennedy Santos do ac24horas

, acompanhou os estudantes e registrou momentos de acolhimento e escuta ativa com os profissionais do hospital. Jonnyka percorreu os corredores convidando os colegas para uma roda de conversa. A adesão, inicialmente tímida, revelou um problema ainda maior: o medo e a resistência de muitos em falar sobre questões emocionais no ambiente de trabalho.


Mesmo com a participação restrita, o encontro foi revelador. Depoimentos trouxeram à tona temas como transtornos psicológicos, inimizades entre colegas, e o alto nível de cobrança enfrentado diariamente por quem veste jaleco. Os relatos expuseram o desgaste emocional acumulado, muitas vezes silenciado por trás da rotina de salvar vidas.


O projeto também chama atenção para um problema nacional. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam o Brasil como o país com a maior taxa de pessoas ansiosas do mundo, cerca de 9,3% da população sofre de transtorno de ansiedade, enquanto quase 6% enfrentam quadros de depressão. Entre os profissionais da saúde, o cenário é ainda mais delicado, agravado por jornadas exaustivas e os reflexos da pandemia de Covid-19.


Para Kennedy Santos, acompanhar a ação foi uma experiência transformadora. “Quem cuida também sente, também adoece, também precisa de ajuda”, relatou o videomaker, ao descrever o que presenciou nos corredores do hospital.


ASSISTA AO VÍDEO:


PARTE 1


PARTE 2


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