Foto: José Cruz/Agência Brasil
O Acre está entre os 14 estados brasileiros com altas taxas de abandono vacinal infantil. Segundo o Anuário VacinaBR 2025, divulgado nesta terça-feira, 17, mais de 50% das crianças no estado não retornam para tomar a segunda dose da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. A situação compromete a efetividade da imunização e eleva o risco de reintrodução de doenças que já haviam sido controladas.
Além da tríplice viral, outras vacinas também enfrentam baixa adesão à segunda dose, como a pneumocócica e a contra o rotavírus, dificultando o cumprimento das metas do Programa Nacional de Imunizações (PNI), mesmo em locais com boa cobertura da primeira aplicação.
O anuário foi elaborado pelo Instituto Questão de Ciência (IQC), em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e o Unicef, com base em dados de vacinação coletados entre 2000 e 2023. A análise mostra que, embora o Ministério da Saúde tenha registrado aumento da cobertura vacinal em 2024, as disparidades regionais seguem sendo um desafio, especialmente em estados da Amazônia Legal, como o Acre.
O estudo recomenda que estratégias regionais sejam adotadas, como a ampliação do horário de funcionamento dos postos, vacinação aos fins de semana, ações casa a casa em áreas remotas e campanhas itinerantes em comunidades sem acesso regular ao sistema de saúde.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que reverteu a tendência de queda na vacinação após quase uma década de retrocessos. De acordo com a pasta, em 2023 e 2024, 13 das 16 vacinas infantis apresentaram aumento na cobertura, incluindo a tríplice viral, que teria ultrapassado a meta nacional de 95%.