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Michelle alerta que crise no setor produtivo ameaça colapsar economia e agravar a fome no Acre

Por
Agência Aleac

Em discurso firme na sessão desta terça-feira (17) na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), a deputada Michelle Melo (PDT) voltou a defender os produtores rurais afetados pela operação realizada na Reserva Extrativista Chico Mendes. Ela ressaltou que a crise no setor não afeta apenas quem vive na zona rural, mas toda a sociedade acreana.


“Quando se prejudica o produtor rural, se prejudica toda a população. Não importa se a pessoa mora na cidade ou no campo. São eles que garantem o alimento na nossa mesa. Esse não é um problema isolado, é um problema de todos nós. É do governador, dos deputados estaduais, dos deputados federais, dos senadores, da sociedade inteira”, afirmou.


A parlamentar alertou que, sem produção, o Acre corre sério risco de mergulhar ainda mais na pobreza e na fome. “O que mais precisa acontecer para que entendam que, sem produção no meio da Amazônia, o Acre simplesmente vai sucumbir? Vai virar uma terra fantasmagórica, cheia de desempregados, de pessoas passando fome. É isso que vai acontecer se continuarem tratando nosso povo dessa forma”, enfatizou.


Michelle Melo destacou que a responsabilidade pela solução do problema não pode ser empurrada apenas para um lado. “Esse é um problema que todos nós temos que encabeçar, inclusive o governo do Estado, a Secretaria de Meio Ambiente e o Imac. Ninguém pode se isentar dessa responsabilidade”, cobrou.


A deputada relembrou que o Parlamento acreano se debruçou, durante mais de seis meses, na construção de uma legislação estadual que pudesse dar alternativas para os produtores. “Foram meses de trabalho, com a participação de vários deputados, como Pedro Longo (PDT), Eduardo Ribeiro (PSD) e Edvaldo Magalhães (PCdoB), buscando uma solução. E até agora o governo sequer regulamentou essa lei. Por quê? Porque não é prioridade. Porque essa não é a dor que aperta o coração do governo como aperta o coração desses produtores”, criticou.


Em tom emocionado, Michelle destacou que quem vive no campo acorda diariamente sem saber se encontrará sua casa invadida ou sua propriedade destruída. “O governo não sabe o que é acordar todo dia com a faca no pescoço, sem saber se vão entrar na sua casa, se vão destruir tudo o que você construiu”, apontou.


Por fim, a parlamentar reafirmou seu compromisso com a preservação ambiental, mas fez uma defesa intransigente da vida das famílias que vivem na floresta. “Eu sou uma pessoa que defende, sim, manter a floresta de pé. Mas a primeira coisa que eu defendo é a vida de quem mora na floresta. Eles precisam sobreviver, precisam trabalhar e precisam ser respeitados”, concluiu.


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Agência Aleac