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Manifestações de servidores e produtores marcam sessão desta terça (17) na Aleac

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Da redação ac24horas

A sessão desta terça-feira (17) na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) ocorre sob a pressão de duas manifestações realizadas em frente ao parlamento estadual, no centro de Rio Branco. Trabalhadores da saúde e produtores rurais cobraram ações do governo em pautas distintas, mas que envolvem a mesma reivindicação por respeito e garantias básicas.


Servidores da saúde pública estadual pedem a reestruturação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), cuja atualização, segundo os manifestantes, está há mais de duas décadas atrasada. Jean Lunier, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Acre (Sintesac), afirmou que o governo estadual não cumpriu a promessa de implantar o novo plano, mesmo após contratar uma consultoria especializada.


“Estamos há 25 anos sem correção. O governo contratou uma empresa por R$ 1 milhão para elaborar o plano, mas na hora de executar disseram que não tem espaço orçamentário. O que a gente vê é que o governo não trabalhou para valorizar os servidores da saúde”, declarou.


Segundo o sindicalista, a crise na saúde pública tem se agravado diante da alta demanda por atendimento nas unidades do estado, em especial durante o atual surto de síndrome gripal.


“As unidades estão todas lotadas, os profissionais sobrecarregados, e ainda assim não há valorização. Esse movimento não é só em Rio Branco, está acontecendo em todo o estado: no Baixo e Alto Acre, no Purus, no Juruá. O governo não cumpriu com o que prometeu”, completou.


Do outro lado da mobilização, produtores rurais cobraram soluções para a regularização fundiária e criticaram o que chamam de “excessos” na atuação dos órgãos ambientais. Luiz de Lazari, produtor de Manoel Urbano, afirmou que pequenos agricultores estão sendo punidos com embargos mesmo quando tentam regularizar sua situação.


“Nós estamos largados. Não tem estrada, não tem apoio. A maioria de nós não tem sequer o documento da terra. Estou desde 2013 numa área que era do INCRA e até hoje não tenho papel. E aí, quando a gente tenta fazer um serviço, como um desmate, sofre embargo porque não consegue a licença. Sem documento, não sai o CCR do INCRA, e sem isso não se faz nada”, disse.


Lazari relatou ter uma área de 100 hectares embargada e apontou a dificuldade de acesso a crédito e serviços bancários após a sanção ambiental. Ele falou também sobre o impacto emocional sobre as famílias atingidas.


“O sentimento é de tristeza, de impotência. A gente vê pessoas que trabalharam a vida toda perderem tudo. Tem gente que não aguenta, tem suicídio acontecendo e o Estado não vê ou finge que não vê. Quando a pessoa entra em embargo, perde crédito, não consegue mais financiar nada. E isso acaba com a vida da pessoa”, afirmou.


Os produtores pedem que o governo estadual e a bancada federal atuem para buscar alternativas. “A agricultura e a pecuária sustentam o comércio, a indústria. Estão recebendo dinheiro de fora para reprimir o setor produtivo. Quando quebrar todo mundo, quem vai sustentar o Estado?”, questionou.


As manifestações ocorreram simultaneamente em frente a Aleac. O ac24horas segue acompanhando toda a movimentação.


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Da redação ac24horas