A Agência Nacional do Petróleo (ANP) realiza nesta terça-feira (17) o leilão de 47 blocos para exploração de petróleo e gás na Bacia da Foz do Amazonas, localizada entre os estados do Amapá e Pará. A área ofertada ocupa cerca de 283 mil km², abrangendo a plataforma continental e regiões de águas profundas e ultraprofundas da chamada Margem Equatorial brasileira.
Considerada uma das novas fronteiras exploratórias do país, a região tem atraído grande interesse após descobertas de petróleo em países vizinhos, como Guiana e Suriname. O potencial é tão promissor que a área já vem sendo apelidada de “novo pré-sal”, pela expectativa de abrigar grandes reservas de óleo e gás.
Paralelamente ao leilão, a Petrobras segue em negociação com o Ibama na tentativa de obter licença ambiental para perfurar o bloco FZA-M-59, na costa do Amapá, adquirido anteriormente pela estatal. A empresa busca confirmar a existência de uma reserva expressiva de petróleo no local.
No entanto, a realização do leilão enfrenta resistência do Ministério Público Federal (MPF), que ingressou na Justiça com uma ação contra a União e a ANP, pedindo a suspensão da oferta dos blocos. Na ação, o MPF argumenta que a licitação está sendo feita sem os estudos ambientais necessários, o que violaria compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, além de ferir a legislação ambiental e colocar em risco direitos fundamentais.
A disputa em torno da exploração na Foz do Amazonas tem gerado intenso debate entre setores econômicos, ambientais e comunidades locais, que questionam os impactos da atividade em uma das regiões de maior biodiversidade do planeta.