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Mais de mil pessoas pediram refúgio no Acre no último ano

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Da redação ac24horas

O Acre registrou 1.397 pedidos de reconhecimento da condição de refugiado em 2024, mantendo-se como uma das principais portas de entrada para migrantes e refugiados no país, especialmente de nacionalidades sul-americanas e caribenhas. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 13, pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, com base em informações do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra) e do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare).


O número coloca o estado entre os três da região Norte com maior volume de solicitações analisadas neste ano, atrás apenas de Roraima (24.123) e Amazonas (3.431). Juntas, essas três unidades federativas responderam por cerca de 40% de todas as solicitações decididas pelo Conare no país em 2024, especialmente de venezuelanos (22.963), cubanos (2.900) e colombianos (1.285).


A Região Norte concentrou 44,4% dos pedidos analisados no ano, à frente da Região Sudeste (38,3%), e muito à frente de regiões como o Nordeste (2%), Sul (7,7%) e Centro-Oeste (2,5%). Esse cenário reforça o papel da fronteira norte como principal ponto de chegada de refugiados no Brasil, com destaque para os fluxos oriundos da Venezuela, Cuba e Colômbia, que seguem atravessando os países vizinhos em busca de proteção.


Ainda segundo o relatório, em 2009 o Acre ultrapassou São Paulo e Roraima no volume de decisões, assumindo uma posição até então inédita para a região. Nos anos seguintes, especialmente entre 2018 e 2021, o estado alternou-se com Roraima no topo desse ranking.


No Brasil, os pedidos de refúgio aumentaram 16,3% em relação a 2023. Foram 68.159 solicitações apresentadas por pessoas de 130 países diferentes, a maioria delas de venezuelanos (27.150), seguidos por cubanos (22.288) e angolanos (3.421). O relatório Refúgio em Números 2025 aponta um crescimento expressivo de pedidos por parte dos cubanos — a alta foi de 94,2% em comparação ao ano anterior.


A tendência brasileira acompanha o quadro global, em que as crises humanitárias e instabilidades políticas forçam deslocamentos em larga escala. Segundo o relatório Tendências Globais, da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), mais de dois terços das pessoas refugiadas no mundo permanecem em países vizinhos aos seus, sendo acolhidas principalmente por nações de baixa e média renda. Nas Américas, o número de deslocados já ultrapassa os 21,9 milhões — ou 17,6% do total mundial.


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