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Vale Tudo está boa para quem? Versão medrosa ignora regra básica das novelas

Por
UOL

Há quase dois meses e meio no ar, Vale Tudo recebe muito mais críticas do que elogios. O telespectador não abraçou a novela como a Globo esperava. Apesar dos esforços do elenco e da própria emissora em promover o folhetim, o resultado é frustrante. Faltam à atualização da história ingredientes básicos, como provocar e seduzir o público, ousadia e verdade.


Não adianta nada alardear que a novela é boa se isso não condiz com a realidade. Se quem está em casa faz um julgamento totalmente diferente. Mesmo assim, a trama segue seu rumo sem as temidas alterações da direção, como se estivesse tudo bem… Só que não está –e não se trata somente de números do ibope.


Engajamento negativo também não conta pontos, ou, ao menos, não deveria. Parece que os responsáveis colocaram uma venda, evocando um espírito de Poliana para ver o lado bom acima de tudo.


O tratamento diferenciado à novela chama muito atenção, já que a alta cúpula não teve a mesma empatia nem paciência quando outros folhetins deixaram a desejar. Mania de Você é o caso mais recente disso, mas a tesoura sempre rolou solta nos bastidores.


Tem autor que muda tudo, antecipa viradas, como foi o caso de Walcyr Carrasco em Terra e Paixão (2023), mas por que isso não está rolando agora?


Colocar atores dando entrevistas e dizendo que a novela está bombando nos programas da casa é subestimar o público. Os depoimentos superpositivos não refletem a realidade e não dá para tapar o sol com a peneira.


Vale Tudo é um remake que desagrada aos fãs da versão da novela de 1988 e que entendia o telespectador com palestrinhas, além de histórias de amor insossas.


Quem está torcendo pelo romance de Raquel (Taís Araujo) e Ivan (Renato Góes) ou pelo de Solange (Alice Wegmann) e Afonso (Humberto Carrão)? Difícil passar pano nesse quesito, já que as pessoas querem mais é que o bilionário se dê mal por ser cego em relação a Maria de Fátima (Bella Campos), o que também acontece com a cozinheira.


O politicamente correto não anima ninguém. Uma novela precisa instigar e passar verdade para que a torcida aconteça. Mas a notícia boa é que dá para ter esperança! O novo segredo de Odete Roitman (Debora Bloch) conseguiu gerar interesse, e esse pode ser o abre-alas de um caminho mais ousado e que conquiste o telespectador.


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