Promotor alerta para fome em Palmas e critica orçamento da Assistência Social

Por
Terezinha Moreira

Durante audiência pública realizada nesta quinta-feira (12), na Câmara Municipal de Palmas, o promotor de Justiça Paulo Alexandre Rodrigues, do Ministério Público do Tocantins (MPTO), confirmou um cenário preocupante: boa parte da população palmense vive em situação de insegurança alimentar.


“É grave a situação de Palmas”, afirmou o promotor ao apresentar dados coletados pelo Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional e pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan). Segundo ele, uma pesquisa realizada com 822 famílias cadastradas no CadÚnico pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) revelou que 33% enfrentam insegurança alimentar grave — ou seja, passam fome regularmente. Outros 34% vivem em situação de insegurança alimentar moderada, com falta de alimentos em alguns dias da semana.


“Isso representa cerca de 70% da população de Palmas, que tem quase 320 mil habitantes. Olha a dimensão do que estamos falando”, alertou.


A audiência pública foi convocada pelo presidente da Casa, vereador Marilon Barbosa (Republicanos), para discutir a implementação da Política Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional.


Na tribuna, o promotor também chamou atenção para a desigualdade social velada na capital. “Quando se chega a Palmas, especialmente nas regiões do Plano Diretor Sul e Norte, vemos uma cidade planejada, bonita, arborizada. Não se percebe, à primeira vista, a pobreza que existe aqui”, comentou. Segundo ele, o aumento no número de pessoas em situação de rua é um indicativo da crise social: “Já são mais de 190 moradores de rua na cidade. Algo que antes não se via em Palmas.”


Paulo Alexandre ainda criticou o baixo orçamento destinado à área social. “Temos apenas R$ 16 milhões previstos para a Secretaria de Assistência Social, dentro de um orçamento de R$ 1,7 bilhão da receita corrente líquida do município. É muito pouco para o tamanho do problema”, concluiu.


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Terezinha Moreira