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Em meio ao clima de tensão entre produtores rurais e órgãos de fiscalização ambiental no Acre, o deputado estadual Tio Pablo (PSD) destacou que a reunião realizada nesta quinta-feira (12), na sede do Ibama, em Rio Branco, representou um avanço importante no diálogo entre os entes envolvidos na crise.
“Saímos de uma barricada, de um protesto, para dentro de uma sala do Ibama, onde nós tínhamos entes federativos, representantes do Ibama, representantes da SEMA, representantes do parlamento, para uma discussão. Isso já é um avanço muito maior do que eu imaginava”, afirmou o parlamentar, que também é produtor rural.
Segundo Pablo, um dos principais encaminhamentos do encontro foi a criação de um grupo de trabalho envolvendo representantes de todos os setores presentes — inclusive dos manifestantes — com o objetivo de elaborar uma proposta conjunta que será levada aos deputados federais e senadores. “Precisamos de leis que regulamentem essa situação. A luta continua, mas saímos daqui com um saldo muito positivo”, avaliou.
O deputado também ressaltou que o Parlamento Amazônico deve redigir uma nota oficial em apoio aos produtores rurais da Amazônia, reconhecendo que a realidade enfrentada no Acre não é isolada. “Antes tínhamos uma fala solitária, agora há um posicionamento mais amplo.”
Questionado sobre a gravidade da situação no campo — com produtores relatando ameaças, risco de confronto armado e até casos de desespero extremo — Pablo não minimizou o problema. “O perigo é real. Nós temos familiares que estão na terceira geração dentro dessas terras. Falar assim pontualmente na reserva Chico Mendes. Nós temos pessoas que estão ali há 60, há 50 anos. Onde o filho nasceu, estudou e hoje toma conta da terra lá. Isso é uma preocupação iminente. Mas eu acredito que nós vamos levar para o diálogo.”
O parlamentar reforçou a importância de evitar o caminho da truculência e reafirmou a aposta no diálogo como única via possível para solucionar a crise. “Eu acredito que os nossos entes federativos, as pessoas que estão acima, os nossos senadores, os deputados federais. Eles vão se solidarizar com a nossa situação aqui do Acre. Porque ela está crítica. Não é um momento para festa. Mas eu acredito que pelo diálogo nós vamos conseguir”, finalizou.