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“Estão nos tratando como bandidos”, denuncia produtor rural ao Ibama

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Da redação ac24horas

Durante reunião realizada nesta quinta-feira (12), na sede do Ibama no Acre, com a presença de autoridades federais, estaduais e representantes de comunidades da região da Transacreana e da Reserva Extrativista Chico Mendes, o produtor rural Laerte Soares alertou para o risco de agravamento do conflito no campo, decorrente as operações de fiscalização ambiental nas regiões, e cobrou providências imediatas do poder público.


“A gente precisa ampliar essa discussão. A bancada está aqui, ela é importante. Vocês estão ouvindo o nosso sentimento. Agora nós temos que fazer a ponte com o Congresso. Suspende as ações aqui. Vai para o Judiciário, vamos tentar suspender. Nós estamos recebendo comboios aí que estão tratando nós como marginais, como bandidos. Nós não somos isso. Nós não somos”, afirmou o produtor.


Soares também alertou para a possibilidade de uma escalada de violência nas comunidades rurais afetadas pelas ações de fiscalização. Ele relatou casos de desespero entre os moradores e destacou que muitos estão dispostos a resistir às ordens de desocupação.


“Não vamos deixar o próprio Estado permitir que a gente entre numa guerra civil ou coisa parecida, porque vai caminhar para isso. Ontem a gente estava no manifesto, ouvi pessoas falando que só vão sair de lá mortos. Uma vida inteira lá dentro trabalhando, o cara não vão sair.”


O produtor denunciou ainda a ausência de apoio técnico e estrutural para a regularização ambiental por parte dos governos.


“Ninguém aqui quer trabalhar na irregularidade. Nós trabalhamos em muitas situações porque fomos obrigados. Ninguém dá licença para ninguém. Não adianta dizer que dá, porque não dá. […] O próprio Estado não tem estrutura. Eu não posso tocar fogo, mas a mecanização não chega na minha área. Eu não tenho assistência técnica. Como é que eu vou produzir? Como é que eu vou sobreviver?”


Ao final da fala, Laerte Soares fez um apelo aos parlamentares presentes, pedindo que assumam a responsabilidade política diante do agravamento da crise.


“É uma complexidade tão grande, e quem tem que pagar a conta só somos nós? Não pode. Nós não podemos aceitar isso. […] A conta não é só nossa. Ela é de todos nós. Não é só dos produtores”, finalizou.


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Da redação ac24horas