Quem procurar no dicionário irá topar com a seguinte definição para a expressão ‘alma penada’: espírito de pessoa perecida que vagueia pelo mundo em sofrimento ou penitência, em razão de não ter conseguido encontrar o repouso de consciência devido a pendências ou compromissos não cumpridos anteriormente. A imagem é frequentemente associada ao folclore português.
Para ser justo, a definição não é minha. É do dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Existem almas penadas nos filmes de terror e nas crenças populares, mas elas também aparecem em véspera de eleição.
A reportagem do Fantástico que foi ao ar nesse último domingo serviu como um portal para que determinado grupo de almas penadas da política acreana chacoalhassem das tumbas em que foram devidamente depositadas pela população acreana para dar o ar de sua graça. Mas vamos deixar as almas penadas de lado, por um instante.
Falando especificamente sobre a reportagem da TV Globo, peço que o leitor note que ninguém do governo, seja assessor, professor, secretário ou governador, negou a existência da denúncia do que foi ao ar. Pelo contrário, coube ao secretário de estado de Educação dar uma satisfação para a população do estado e a audiência da tv. E essa já é a primeira grande diferença entre o governo atual e os 20 anos de governos acumulados do PT. Se existem problemas – e eles sempre existirão num estado como o Acre -, nossa equipe tem o comprometimento e a transparência de prestar contas sobre qualquer dúvida de forma clara, direta e imediata.
Há outras diferenças entre a gestão da Educação no governo Gladson e nos governos do PT. Se a equipe de Binho Marques ia aos jornais dizer que faltava bom senso aos professores, Gladson faz o contrário e vai diretamente à mesa de negociações para ouvi-los. Mais que diálogo, há investimento: foi o governo Gladson Camelí que realizou o maior concurso público para a área da Educação em toda a história do Acre com mais de 3 mil vagas.
Foi no governo de Gladson que as avaliações do IDEB e do SAEB melhoraram.
Em 2015, o mesmo Binho Marques, desta vez na posição de secretário de Articulação com os Sistemas de Ensino do Ministério da Educação do governo Dilma foi até a Câmara Federal para dizer que era preciso compreender quando alguns estados não pagavam o piso salarial básico para os professores, uma posição condescendente com quem não cumpria a Lei. Mais uma gritante diferença: Gladson pagou o maior bônus da história para os servidores da Educação.
Segue a lista de diferenças: Gladson deu farda completa e material escolar de graça para os alunos da rede pública estadual. Os governos do PT não entregavam nem um “cotoco” de lápis . O governo Gladson oferece uma refeição a mais, – o Prato Extra – na maioria das escolas. Nossa meta é terminar a gestão atendendo a todo o estado. Os governos do PT não chegaram nem perto disso.
Poderia relembrar aos petistas inúmeros pontos em que a Educação hoje é superior aos governos da florestania. Mas não é necessário lembrar o que a população jamais vai esquecer.
A prova disso é a repulsa que o povo acreano dedica ao PT.
Por fim, faltou aos opositores da falecida Frente Popular a honestidade de mencionar que, a mesma reportagem que mostrou o problema, trouxe também a solução: o Fantástico mostrou que uma nova escola já está sendo construída há poucos metros de onde funciona a provisória e irá atender a todos com conforto e segurança.
Mas como esperar retidão e integridade das mesmas almas penadas que ficaram marcadas pela desonestidade moral de quem já bateu no peito dizendo que o estado era o melhor lugar para se viver para logo em seguida, na calada da noite se mudar para outra região levando consigo “apenas” a escandalosa pensão de ex-governador de mais quarenta mil reais por mês?
Melhor deixar que as almas penadas sigam atormentadas com os fantasmas de seu próprio passado que, graças a Deus e ao eleitor acreano, ficaram num passado cada vez mais distante.
*Luiz Calixto é o atual secretário de estado de Governo